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12-05-2008

Investimento de 400 milhões de euros para um horizonte de três a cinco anos.


Aveiro - Sócrates lança medidas de apoio ao desenvolvimento científico

O primeiro-ministro disse hoje que “a aposta política fundamental” do Governo na Ciência “se não for continuada perde-se”, realçando que o investimento público nessa área teve o maior crescimento desde o 25 de Abril.

José Sócrates falava na “progressista” Universidade de Aveiro, onde foi apresentar um conjunto de novas medidas para a Ciência, que incluem a criação de cátedras convidadas nas universidades, o lançamento de bolsas para estudantes que se associem a centros de investigação durante a licenciatura, e a contratação de mais 500 doutorados.

O primeiro-ministro enfatizou que “pela primeira vez este ano cerca de um por cento da riqueza nacional é afecto ao investimento na Ciência” e que, tendo o Governo que fazer escolhas, o reequilíbrio das contas do Estado “obrigou a que fossem afectadas muitas políticas públicas, mas o investimento na Ciência não só não foi sacrificado como cresceu”.

“Hoje em dia, na economia global assente no conhecimento, nenhum país terá sucesso se não apostar no seu potencial científico”, disse, justificando a “aposta na Ciência num momento de contenção da despesa pública”, que corresponde a “uma visão política presente desde a campanha eleitoral com o Plano Tecnológico”.

“Não digo isto para agradar aos cientistas, mas porque corresponde a uma aposta para o País, capaz de gerar mais riqueza e bem-estar”, completou.

Sócrates procurou garantir à comunidade académica a estabilidade da política que tem vindo a ser seguida, considerando que, face aos resultados alcançados, é uma via sem retorno.

“Depois de se conseguir integrar mais mil investigadores não acredito que alguém cometa a irresponsabilidade de voltar atrás”, comentou, considerando o investimento público em Ciência a forma de promover a economia e gerar mais investimento privado.

Realçando que em 2007 foi atingida a meta que havia sido definida para a legislatura e o País formou nas suas universidades 1.500 novos doutores, o primeiro-ministro sustentou que a política que está a ser seguida pelo Governo “melhora as universidades, liga o conhecimento ao mundo empresarial e tem vantagens para a sociedade, que só pode andar para a frente e ter melhores salários com mais conhecimento”.

Coube ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, explicitar o conjunto de medidas para a Ciência, correspondentes a um investimento de 400 milhões de euros para um horizonte de três a cinco anos.

Destas, deu especial destaque ao lançamento de cinco mil bolsas para estudantes com bom aproveitamento escolar que se queiram associar a centros de investigação logo durante a licenciatura, concluindo que se abre assim “uma nova via de reforço na renovação curricular dos primeiros anos das universidades portuguesas”.

A criação de 50 cátedras convidadas, financiadas pelo Estado e por empresas, foi outra das novidades apresentadas, tendo por objectivo “atrair investigadores de alto nível internacional”.

As duas primeiras cátedras, em telecomunicações e em energias renováveis, foram formalmente criadas durante a cerimónia, mediante acordos celebrados entre a Universidade de Aveiro, a Nokia Siemens Network e a Martifer.

Mariano Gago salientou ainda a abertura de concurso para mais 500 doutorados, por contratos de cinco anos, continuando o “modelo transparente e de competição aberta para a selecção dos melhores, nacionais ou estrangeiros”, iniciado em 2007 com o concurso para mil doutorados.

“Gostaríamos que este movimento de transparência penetrasse em todas as áreas científicas e que as universidades não mais contratassem professores auxiliares sem concurso e que esses concursos sejam conhecidos de todos”, comentou.

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