Em declarações à Lusa, Miguel Capão Filipe, vereador da Mobilidade na Câmara de Aveiro, referiu que esse conselho não deveria estar associado nem aos poderes públicos nem aos "lobbies" das regiões.

No Congresso, concluiu-se também pela necessidade de Portugal aderir "de modo rápido" ao transporte de alta velocidade, "sob pena de ficarmos na Idade Média relativamente à realidade espanhola, em particular, e europeia, em geral".

Capão Filipe, eleito pelo coligação PSD/CDS para a Câmara de Aveiro, disse que "num momento de dificuldades financeiras, Portugal tem de definir prioridades", preconizando que a ligação Lisboa-Madrid, acordada na recente cimeira ibérica de Évora, "não deve fazer esquecer a ligação Aveiro-Salamanca".

O autarca considerou "um erro remeter a linha Aveiro-Salamanca para as calendas gregas", tendo em conta o grande fluxo de mercadorias nesse eixo, a partir de uma das "principais auto-estradas marítimas portuguesas", o porto de Aveiro.

"Esta seria, sem dúvida, a linha de TGV mais competitiva para a saída de mercadorias", disse.

Referindo-se ao aeroporto da Ota, Capão Filipe considerou que, "neste momento de escassez financeira", a sua construção "não deve constituir prioridade" e acrescentou que "os recursos assim libertados deveriam ser canalizados para as linhas de TGV Lisboa-Madrid e Aveiro- Salamanca".

Para esta "Cimeira do TGV", a Câmara de Aveiro convidou figuras como Ludgero Marques, presidente da Associação Empresarial de Portugal, António Vilar, presidente do Fórum Portucalense, e um representante da Secretário Regional dos Transportes de Castilla-Leon, Espanha, bem como os alcaides de Ciudad Rodrigo e de Salamanca.