O projecto fotográfico que, na UA, estará em exposição entre 6 e 12 de Dezembro retrata a visão do seu autor, Francisco Isöo, sobre o quotidiano da Escola de Artes Marciais Chinesas She-Si, no Porto. “Tentei encontrar uma perspectiva pessoal que pudesse comunicar visualmente o esforço, o trabalho, o rigor, a alegria, a amizade? o espírito que se vive naquela escola”, esclarece Francisco Isöo, acrescentando que, depois de uma centena de rolos disparados durante cinco meses, o resultado culminou num livro onde, espera, a sua visão faça justiça à notoriedade da She-Si.

Diz Francisco Isöo que o Universo chinês sempre fez parte do seu imaginário, tendo o seu primeiro trabalho publicado e exposto, se referido ao universo chinês fora das fronteiras da China. Também este, que vai agora ser apresentado na UA, tem em comum o facto de representar o quotidiano e não estar na China, “embora admita todos os intervenientes retratados “já serem um pouco chineses de coração”.

A exposição será constituída por 20 suportes metálicos com 40 painéis, onde será fixada uma versão reduzida do trabalho do livro, obra que será igualmente apresentada no dia 6 de Dezembro, a partir das 17h30, na Sala de Traduções do edifício da Reitoria.

Refira-se que esta iniciativa integra uma mais vasta designada por “Temporada da China” e envolve várias exposições, workshops, colóquios e um ciclo de cinema chinês.

Temporada da China

A “Temporada da China” tem como ponto de partida a doação feita ao Museu de Aveiro, em 1951, de uma colecção de “arte asiática”, reunida por António do Nascimento Leitão, Coronel - Médico. Proeminente benemérito da sua cidade natal, Aveiro, na qual vem a falecer em 1958, deixa o seu nome ligado a várias instituições, entre as quais a Misericórdia, o Hospital, a Câmara Municipal e o Museu de Aveiro.

As salas abertas em 1954 expõem cerca de quinhentos objectos de arte sino-japonesa e siamesa, cujo interesse é não só artístico como também histórico, mitológico, folclórico, paisagístico e supersticioso. Com o decurso dos anos, a alteração dos critérios museológicos levam à retirada de exposição permanente da “Secção Oriental”, utilizando-se apenas uma pequena parte do espólio para criar uma sala de recepção a convidados, à época denominada “fumoir” (1959 - 1984). Passados vinte anos, o Museu de Aveiro lembra novamente o doador exibindo algumas das peças mais representativas deste espólio.

A partir desta colecção procurou-se alargar o tema da cultura chinesa, estendendo-o a outras iniciativas. Para o desenvolvimento do projecto, o Museu contou com a colaboração inexcedível do Centro de Estudos Chineses do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, o qual amavelmente cedeu algumas das exposições, filmes e documentários que integram a programação da temporada.

fonte: http://www.ua.pt/uaonline