O presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Fernando Andrade, afastou, na última segunda-feira, durante a assinatura de dois protocolos de cooperação entre o Hospital de Águeda e os Centros de Saúde de Águeda e de Sever do Vouga, qualquer cenário que possa desencadear o fecho do Hospital Aguedense.

DESCONHECEM A LEI

Confrontado com notícias recentemente divulgadas por alguns jornais sobre a eventualidade do fecho do Hospital Conde Sucena de Águeda, Fernando Andrade rejeitou todas as insinuações de possível encerramento do Hospital de Águeda, “porque em momento algum esta hipótese foi equacionada pela ARS Centro ou pela tutela".

Fernando Andrade clarificou ainda que “não há nenhuma possibilidade, nem cabimento, do hospital passar a Centro de Saúde”, “o hospital está acreditado e é uma grande unidade de saúde, sendo imprescindível no apoio dos cuidados de saúde”, justificando ainda que “as pessoas que referem esta mudança desconhecem por completo a lei”.

Este responsável anunciou também que as obras de remodelação do hospital vão continuar a ser executadas, sempre que necessário, sublinhando no entanto, que desconhece se o Hospital vai ou não passar a Sociedade Anónima (SA).

Fernando Andrade referiu ainda que "os bons resultados obtidos pelo Hospital se devem ao elevado empenho e dedicação de todos profissionais de saúde, que trabalham no Hospital Conde Sucena, que garantem cuidados de qualidade aos doentes e utentes".

UMA VIA VERDE

Relativamente aos protocolos de cuidados continuados de enfermagem e de triagem de doentes, assinados entre a Sub-Região de Saúde de Aveiro e os Centro de Saúde de Águeda e de Sever do Vouga, Pedro Carvalho, director do Hospital aguendense, disse tratar-se da agilização do tratamento dos utentes que chegam desses centros.

Pedro Carvalho explicou ainda a importância da triagem que deve ser feita nos Centros de Saúde de forma a entrarem nas urgências apenas os utentes necessitados. “É aquilo que nós chamamos uma via verde para quem vem destes centro de saúde e vai para as urgências”.

“É ainda importante que os utentes internados comecem a beneficiar de uma alta precoce de forma a continuarem os cuidados continuados no domicílio. “É uma alta devidamente acompanhada”, disse o clínico.

Já Paulo Maia, Coordenador da Sub-Região de Saúde de Aveiro, acrescentou que os protocolos que representam uma longa etapa de trabalho entre as três instituições, pretendem organizar serviços indispensáveis, como as urgências.

Relevou ainda a importância deste protocolo, sublinhando que a região de Águeda é densamente povoada e com problemas complexos na área da saúde.

ACTIVIDADE HOSPITALAR

De Janeiro a Agosto de 2004, a execução do hospital cifrou-se em 3.527 utentes em internamento (altas de internamento), com uma lotação praticada de 110 doentes, uma taxa de ocupação de 75 por cento.

A ARSC aponta igualmente que, no mesmo período, o hospital prestou 18.446 consulta externas, num número diário de 105, das quais 9.617 foram primeiras consultas e 8.829 foram consultas subsequentes, com um índice de primeiras consultas cifrado nos 52,1 por cento.

De acordo com os dados da ARSC, na valência de Hospital de Dia, registaram-se 1.771 sessões, (dez por dia).

Foram assistidos nas urgências 30.001 doentes, representando um número diário de 125 pacientes.

Em termos de intervenções cirúrgicas (exclui PECLEC) foram feitas, naquele período, 1.654, sendo que diariamente o número se situa nas sete.

A taxa de ocupação do Hospital é de 75% num total de 110 camas, “o que significa que há uma capacidade instalada para dar resposta a um maior número de doentes".

Pedro Fontes da Costa