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22-08-2015

ADIG quer barreira eólica no Porto de Aveiro num prazo máximo de 2 a 3 meses.



A Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré diz que a barreira eólica a construir a montante das pilhas de petcoke não pode esperar mais um ou dois anos e deve ser feita até final do ano. Na primeira reação à apresentação do estudo sobre a qualidade do ar, a ADIG afirma regozijo pelas conclusões mas lembra que há defeitos apontados à primeira fase da análise que se mantêm.

Na altura, ainda o estudo ia a meio, a ADIG apontou falhas como a existência de pontos de recolha de dados longe da área do Porto Comercial; a não existência de um ponto de recolha de referência a norte do Porto Comercial e o “período curto de apreciação, com falhas de energia na recolha de poluentes”.

A estrutura liderada por Humberto Rocha revela que continua a movimentar-se Petcoke “sem licença desde há mais de 3 anos e quase 1 ano depois da Cimpor solicitar o licenciamento”. E vai mais longe afirmando que o Estudo “tem servido para atrasar a implementação das medidas necessárias a tomar pela Administração do Porto de Aveiro e pela Cimpor”.

As conclusões do estudo apontam para a importância de medidas que a associação já tinha defendido em Fevereiro de 2014 como a vaporização das pilhas com água, navios de transporte mais pequenos e começo imediato da carga para camiões cobertos, cuidados com as gruas, paragem da movimentação quando o vento é suficientemente forte para levantar nuvens de poeira e presença permanente dum funcionário da Cimpor a verificar a movimentação dos produtos.

Essas medidas merecem o reconhecimento e aprovação da ADIG mas a associação diz que é necessário apostar na construção da Barreira Eólica, “num prazo máximo de 2 a 3 meses, para descanso dos Gafanhenses e das populações situadas mais a sul”.

Na lista de reivindicações continua a “bacia de contenção de lixiviados para a Ria não ser contaminada e construir a Estação de Tratamento, já prometidas pela Cimpor, no pedido de licenciamento”; a “barreira eólica, maciça, contra ventos dominantes, a executar a norte do depósito dos produtos, assente no solo e mais alta que os montes e que servirá para defesa da poluição pelo Petcoke e pelo Clinquer, entre outros produtos poluentes”; “barreira arbórea nos limites do Porto Comercial com a cidade da Gafanha da Nazaré, para impedir a chegada à povoação de algumas poeiras que ainda se libertem”; estação de monitorização da Qualidade do Ar, em contínuo” e um “manual de boas práticas de movimentação dos produtos descarregados e expedidos”.

“Estamos convictos que a Administração do Porto de Aveiro e a Cimpor estarão tão interessadas, quanto as populações, em resolver o problema no mínimo espaço de tempo”, conclui a ADIG.

No mesmo dia em que é conhecida a posição da ADIG, surge uma empresa privada na área dos estudos da qualidade do ar a questionar a independência do Instituto de Ambiente da UA para fazer o estudo no Porto de Aveiro. Carlos Pedro Ferreira, da “Sondar.i”, considera que não estão garantidas as condições para um trabalho isento.

“A idoneidade e independência deste estudo não estão garantidas”, afirmou o especialista ao Diário de Aveiro por ver que nos órgãos sociais do IDAD estão entidades com interesses na estrutura portuária. Carlos Pedro considera que há “conflito de interesses”. Nas medidas propostas vê “verdades de La Palice” que não careciam de estudo.


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