A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro deixa um sinal ao governo para que atue em defesa da linha de costa sob pena de colocar em risco toda a região. Ribau Esteves aproveitou o fórum realizado, esta tarde, em Ovar, para defender uma acção enérgica do Governo.

“O problema não está em construções ou parques de campismo na linha de costa. Temos que proteger o território desta restinga porque este elemento não protege só a restinga mas toda a área da ria. Se deixarmos que as opões de alguns naturalistas prevaleçam vamos destruir a vida e a acção de 400 mil pessoas desta região”, disse o autarca de Aveiro.

Ribau Esteves pediu mais coordenação e agilidade na tomada de decisões por considerar que planos e financiamento não andam ao mesmo ritmo colocando em causa as operações de defesa. A crítica não esqueceu as respostas dadas depois das intempéries do último inverno.

“O governo foi lento nas obras de defesa da costa. Devíamos estar a acabar as obras e estamos a começa-las. Há lentidão excessiva. São obras de emergência. Acredito que as obras bem feitas vão ajudar mas é importante que o que está em plano se concretize em tempo útil”.

Num dia em que as autarquias trouxeram a primeiro plano ideias para uma defesa avançada em ambiente marítimo, os recifes artificiais voltam a ganhar peso no debate.

“Há muito trabalho feito. Vários especialistas já defenderam este tipo de trabalho. Conquista não é crescer mas repor um território que tivemos. Temos longos areais na maré baixa mas não temos areia na maré alta. Temos que reconquistar parcelas de terreno. Precisamos de quebrar a energia do mar antes de chegar à linha da costa”.

A articulação de planos e fontes de financiamento foi outra das mensagens transmitidas.

“Há muito que a CIRA debate a questão. A costa está em estado de emergência. Hoje há mais pressão mas sempre tivemos acção. O Inverno trouxe mais intensidade nessa ação para conseguir que o país tome as decisões sensatas, tratando dos instrumentos de planeamento. A revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar – Marinha Grande arrasta-se. Os instrumentos de financiamento são elemento de preocupação porque perdemos oportunidades do actual quadro comunitário. Tem que haver relação mais séria entre instrumentos de planeamento e financiamento”.