O cabo António Gomes, que prestava serviço no posto da GNR de Cucujães, Oliveira de Azeméis, está, agora, afastado das suas funções. Isto porque, anteontem, o militar e um familiar seu foram condenados a dez anos de prisão por um crime de tráfico de estupefacientes agravado e outro de tráfico e mediação de armas.
No Comando Territorial de Aveiro foi, entretanto, instaurado um processo disciplinar interno e o Diário de Aveiro apurou que ficara decidida a suspensão do militar até o processo transitar em julgado. Contudo, enquanto aguarda o recurso do Tribunal de Relação do Porto, António Gomes deverá permanecer em regime de prisão domiciliária, sob vigilância electrónica, pelo que fonte daquela instituição revelou, ontem, que “o caso terá que ser reavaliado e terão que ser tomadas outras medidas”.
O guarda, que esteve a ser julgado no Tribunal de Valongo, negara o seu envolvimento nos actos ilícitos, mas o colectivo de juízes não acreditou na sua versão dos factos, dando, antes, como provado, que ambos planearam a importação de 52 quilos de cocaína e duas armas de fogo (uma pistola Uzi e uma Glock), que chegaram ao porto de Leixões dentro de dois contentores de tijoleira.
Em sede de julgamento, o arguido, de 49 anos, confessara ter transferido, da sua conta pessoal, para uma sociedade brasileira, 22 mil euros. Mas negou ter conhecimento de que, dentro dos contentores, que chegaram a Portugal no ano passado, houvesse droga. Alegou, assim, que apenas fez as transferências para ajudar o primo, António Gonçalves e garantiu que, quando se deslocou a S. Paulo, o objectivo foi, apenas, visitar uma amiga.