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21-04-2010

Trinta anos de vinhos Luís Pato



Luís Pato é, sem dúvida, o mais conhecido produtor da região da Bairrada. O seu nome dispensa grandes apresentações e a sua adega e vinhos possuem já uma forte implantação no mercado nacional, mas sobretudo internacional. Luís Pato exporta mais de 60% da sua produção, para todos os cantos do mundo.
A completar 30 anos de actividade profissional, o produtor faz um balanço muito positivo destas últimas três décadas.
“Uma evolução contínua com aprendizagem pela experiência aplicada ano a ano na melhoria dos vinhos tintos, em que a casta baga é dominante e nos vinhos brancos e espumantes”, revela.
Para celebrar tão significativa data, no próximo dia 29 de Abril, vai oferecer aos amigos um almoço, na sua adega, em Amoreira da Gândara. A estrela neste dia será o vinho “Luís Pato Baga 1980”.
Eventos enogastronómicos, com a presença de chefes de renome, que visam proporcionar aos amigos que “desfrutem a perenidade de um vinho de baga que, por isso, pode sobreviver por longos anos ao invés dos vinhos ditos modernos, que terão uma facilidade de consumo mas que não têm o pulmão dos desta casta”.

A herança aliada à inovação. A Adega Luís Pato resulta da associação de duas famílias tradicionais da Bairrada, a família Pato e a família Melo Campos.
A sua actividade de engarrafamento de vinhos iniciou-se nos anos 70, do século XX. Três décadas marcadas por experiências, a saber: “pelo desengace da uva tinta; pela selecção de vinhos por vinha, para mostrar que mesmo a mesma casta em locais diferentes mostra um carácter diferenciado”, mas também pelo risco e pela inovação: “plantação de uma vinha de Pé Franco, única na região e rara no mundo para provar que os vinhos anteriores à filoxera eram bem diferentes dos de hoje, porque a parreira americana aumenta a produtividade das europeias”, diz evidenciando ainda a “realização da monda dos cachos, em 1990, para melhorar a qualidade do vinho e a partir de 2001 a realização de duas vindimas na mesma cepa.”
Já em 2009, a Adega começou a produzir vinhos dirigidos a um público mais jovem para os cativar para a marca que é olhada como de vinhos clássicos e desenvolvemos o conceito de abafado molecular, vinhos doces com baixa graduação”, avança.
Mas todo este saber e paixão pelo vinho está também enraizado na herança das vinhas que o levaram para este caminho, mas também pela influência da sogra e de sua mãe.
Embora o pai (João Pato, a seu tempo o maior produtor da região), não lhe tenha transmitido “o espírito rebelde” que o formatou ao longo da vida, hoje, a filha Filipa Pato segue as suas pisadas. Ela é a terceira geração da adega Luís Pato, embora também com um percurso e um estilo próprios, bem definidos.
Facto incontornável é que os vinhos Luís Pato são mundialmente reconhecidos e estão entre os melhores. O “segredo” desse sucesso deve-se, na sua opinião, “a muito trabalho de marketing”, mas também a muita atenção “ao elemento decisivo num negócio – o consumidor – e ainda ao facto de ter de viajar para vender que, como refere “me abriu o espírito e a alma e deu-me um conhecimento melhor, de que o mundo não se resume… à Bairrada e à pequenez do país no seu todo”.
O futuro, conclui, passa por “começar a passar testemunho, mantendo sempre um espírito de inovação para preservar o acumular dos anos e para disfarçar a velhice”.

CC


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