TEATRO

		"A Gaivota", de Anton Tchékov dia 6 de Novembro pelas 21h45/ ano 2010 Teatro Aveirense A Gaivota", de Anton Tchékov por Nuno Cardoso/Ao Cabo Teatro (uma co-produção Teatro Aveirense com Ao Cabo Teatro/TNSJ/Teatro Maria Matos/ CC Vila Flor) É o regresso do encenador Nuno Cardoso ao universo do
dramaturgo russo, depois de nos ter surpreendido com "Platónov", considerada pelo jornal Público como o melhor espectáculo teatral de 2008, também merecedora de uma Menção Especial da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. Rodeado pelos seus mais regulares colaboradores, Nuno Cardoso acerca-se deste teatro belos vencidos, como Tréplev, Arkádina, Nina e Trigórin – gente irresistivelmente votada ao fracasso. Depois da inesquecível encenação de "Jardim Zoológico de Cristal", de Tennessee Williams, este regresso de Nuno Cardoso a Aveiro será seguramente um dos espectáculos do ano. Depois de Platonov, criação de 2008 considerada pelo jornal Público como melhor espectáculo do ano e merecedora de uma Menção Especial da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, e antes de Três Irmãs, projecto a desenvolver em 2011, A Gaivota é o segundo passo de uma estruturante viagem empreendida por Nuno Cardoso aos textos fundamentais de Tchekhov. Por esta vez, a galeria de protagonistas relativamente malditos, inseguros, não convencionais, que podemos identificar no trabalho de Nuno Cardoso, vai enriquecer-se com Treplev, esse inconformado propositor de «formas novas». Aproveitando um texto matricial da discussão meta-teatral, uma espécie de espelho vertiginoso onde o Teatro se serve de si próprio para ensaiar uma reflexão sobre o paralelo entre vida e criação, Nuno Cardoso rodeia-se da sua equipa habitual para continuar a desenvolver um método orgânico, construído sobre a noção de ensaio, sobre uma prática da improvisação que não é mais do que um entendimento dramatúrgico dos textos que se constrói com o corpo, mais do que sobre uma análise racional. Resta compreender a contemporaneidade da abordagem de A Gaivota, num país onde a criação artística é cada vez mais aquilo que se faz com menos, e se possível se faz menos, por forma a dar lugar à indústria da cultura, essa sim uma chave de sucesso e de recompensa económica óbvia e inteligível. São, realmente, necessárias «formas novas». Se não, necessariamente, no modo como se abordam textos fundamentais, pelo menos no modo como se interpelam cidadãos, na consciência como se exerce um acto de criação que é também um acto de reinvenção das formas de sermos e estarmos juntos. Preço do bilhete: 12€ (10€ com descontos).

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