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28-05-2009

Autarca diz que a zona do Vale das Mais tem fronteiras


ASAE entra no Vale das Maias sem a Câmara saber

Diversos organismos ligados ao Ambiente, incluindo técnicos da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), estiveram, há dias, na zona do Vale das Maias, município de Vagos, para verificar o modo como funcionam as explorações de inertes.

Da visita foi dado posterior conhecimento ao Executivo camarário, que estranha" não ter sido convidado para estar presente. "É escandaloso que uma vistoria de um conjunto de entidades ao município de Vagos seja feita à revelia da Câmara", disse Rui Cruz, que no entanto admite que os referidos técnicos "não saibam" na realidade, onde termina Ílhavo e começa Vagos.

Segundo o autarca vaguense, a zona do Vale das Mais tem "fronteiras litigiosas, ainda não definidas". E por via disso foi mantido um diferente entre as Câmaras de Vagos e Ílhavo, por causa do alcatroamento de uma estrada de 500 metros, cuja empreitada foi assumida por Vagos.

Na altura, o acesso foi contestado pela Câmara de Aveiro, que se terá "queixado" à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), por alegadamente "interferir" com as captações de água existentes no mesmo local. Rui Cruz não gostou do "puxão de orelhas", e porque o caminho se situa a sul das referidas captações, entendeu por bem oficiar as duas entidades, esclarecendo que se "estavam a preocupar com a gota e não com o oceano".

O "oceano" diz respeito às empresas, que laboram na zona do Vale das Maias, a jusante das captações, as quais, segundo confirmou a este jornal o presidente da Câmara de Vagos, foram licenciadas, nos finais da década de 80, pela Direcção Regional de Economia.

"O que não deixa de ser estranho", contrapõe Rui Cruz, admitindo que algumas das empresas possam causar danos nos lençóis freáticos das captações, uma vez que "estão localizadas em cima das nascentes".

De referir que, no âmbito da revisão do Plano Director Municipal, já concluída, foi a autarquia vaguense que, percebendo que as empresas se encontravam em zona que tinha sido objecto de exploração de inertes, propôs que a mesma fosse passível de "recuperação paisagística".

Eduardo Jaques/Colaborador


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