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15-10-2008

Área de 11 000 m2 foi desanexada da Reserva Agrícola


Fermentelos - Estudo chumba novo cemitério

O local onde vai ser construído o novo cemitério de Fermentelos foi chumbado por dois investigadores da Universidade de Aveiro.

A área de 11 000 m2, que foi desanexada da Reserva Agrícola Nacional para a construção do cemitério, tem uma reduzida profundidade do nível freático (0.85 m sob a superfície) na parte central do terreno.

Segundo o estudo elaborado pela professora convidada da Universidade de Aveiro, Teresa Melo (Hidrogeóloga), e pelo engenheiro Carlos Grangeia (Geólogo), "a área constitui até um risco para as próprias urnas, uma vez que nesta zona não deverá ser possível qualquer escavação sob pena das urnas "flutuarem" em vez de se enterrarem".

"Na área envolvente de implantação do projecto de construção do futuro cemitério (entre a Rua do Muro e a Rua do Pano) foram inventariados 37 pontos de água, na sua maioria localizados a jusante do local do futuro cemitério e portanto, podendo ser afectados por este", referem os investigadores.

Teresa Melo afirma ainda que "o fluxo subterrâneo acompanha o declive do terreno descarregando em direcção à Pateira de Fermentelos".

Acusações. O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, perante o estudo, afirma que o presidente da Junta deve tomar todas as medidas necessárias para resolver o problema.

"É uma obra da inteira responsabilidade do presidente da Junta e por isso terá que resolver o problema", justificou Gil Nadais, sublinhando que "a confirmar-se o estudo feito pela UA, o local é inviável para a construção do cemitério".

O autarca de Águeda sublinha que "Amílcar Lemos Dias devia ter efectuado estudos geológicos antes de avançar com a aquisição dos terrenos".

Mas o presidente da Junta afirma que agiu de acordo com os pareceres das diversas entidades que se mostraram, todas, favoráveis.

"Quem está a fazer o projecto é uma técnica da Câmara de Águeda e agora dizem que o local não é o melhor."

O autarca de Fermentelos acrescenta ainda que o actual cemitério, junto à Capela de Nossa Senhora da Saúde, "está sobrelotado e sem qualquer possibilidade de ser alargado". "Temos umas seis campas livres, por isso, quando morrer alguém, a Junta vai ter que mandar os corpos para Águeda".


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