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10-09-2008

Seis feirantes reclamam contra falta de espaço


Anadia - Protestos ensombram inauguração do mercado

A inauguração do novo Mercado Municipal de Anadia teve lugar no passado sábado e ficou marcada pelos inúmeros protestos dos vendedores. Em resposta, o autarca Litério Marques anunciou o seu empenhamento pessoal para que, durante esta semana, as queixas sejam resolvidas.

Inúmeras vezes anunciada, a inauguração do novo mercado teve direito a cerimónia presidida pelo autarca Litério Marques e pelo presidente da Assembleia Municipal, José Manuel Ribeiro. Contudo, a festa seria ensombrada pelas críticas e descontentamento de vários feirantes, que se viram confrontados com a diminuição de espaço de venda.

Para muitos terá havido uma clara falta de diálogo por parte da Câmara Municipal, que não discutiu com os feirantes os espaços de que cada um necessitava e iria receber. "Foi uma imposição unilateral", disse um dos feirantes descontentes.

Maria Adelaide Oliveira, de Aguim, vende pronto-a-vestir, e foi uma das que não pôde montar a barraca, no último sábado. "Como posso eu montar uma barraca que ocupa dez metros quando a Câmara me dá seis?", questiona, referindo ainda não poder expor a confecção de qualquer maneira. Ao seu lado, Maria Alice Cardoso, de Oliveira do Bairro, vende tecidos a metro e mostra também a sua indignação e revolta. "Lá em baixo estávamos melhor. Aqui, estamos na rua, sem o mínimo de condições. Se chover, se estiver vento, estamos muito mais expostos", diria, dando conta de que o seu espaço de venda foi reduzido de 11 para 6,5 metros. "Assim nem vale a pena montar a tenda".

A JB Maria Alice Ribeiro, de Mogofores, não deixa igualmente de se lamentar: "hoje foi um dia perdido. Preciso de 9 metros e deram-me 6,5 metros, quando na sexta-feira passada nos prometeram 8 metros".

Autarca reconhece falhas e promete soluções.Litério Marques reconheceu a existência de algumas falhas, assim como a dificuldade em instalar todos os feirantes, prometendo o seu empenhamento pessoal na resolução das inúmeras queixas apresentadas.

"Estamos aqui para ouvir, entender e resolver", diria, numa clara intenção de apaziguar os ânimos.

"A curto/médio prazo, vamos resolver os problemas, melhorando as bancas, torneiras e disponibilizando mais espaços", anunciando ainda uma eventual cobertura do espaço aberto. "Vamos avançar com um projecto desse género", respondendo assim à sugestão de uma feirante que se viu prejudicada com a passagem para o mercado novo.

O investimento realizado foi de aproximadamente 575 mil euros, tendo sido aprovada uma candidatura para comparticipação em cerca de 50% pelos fundos comunitários.

"Este foi o mercado possível. Trata-se de uma obra para funcionar em proveito dos nossos munícipes", sublinharia o edil anadiense, explicando ainda que o velho mercado, pelo seu estado de conservação e idade, não era viável.

Modernas e funcionais instalações. O novo mercado encontra-se situado nas proximidades do Centro de Saúde e disponibiliza modernas e funcionais instalações em dois edifícios distintos, dispondo ainda de um terrado em recinto aberto. A área total de construção é de 2800m2, existindo também uma ampla zona de estacionamento.

No edifício principal, o mercado ocupa todo o rés-do-chão, numa área de cerca de 1000m2, dispondo de lojas e de bancas específicas para a venda de carnes frescas e derivados, flores, charcutaria e queijos, pescado fresco e bacalhau, pão, pastelaria e produtos afins, produtos hortícolas, frutas, e plantas e sementes.

Num outro edifício, de menores dimensões e térreo, encontram-se as instalações sanitárias bem como sete lojas, dotadas de arrumos e com áreas que variam entre os 30 e os 35m2.

Os 48 lugares do terrado destinam-se aos comerciantes de têxteis, calçado, quinquilharia, artesanato e outros.

Acrescente-se ainda que dentro em breve será igualmente inaugurado no primeiro andar o "Ninho das Associações", que integra várias salas, devendo albergar as várias associações existentes no concelho mas sem sede própria.

Para já sabe-se igualmente que o velho mercado será demolido, devendo o espaço ser alvo de uma requalificação, transformando-se numa zona de recreio e lazer.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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