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02-07-2008

O desenvolvimento da Vagueira só depende da vontade do INAG


Vagos - Bandeira azul hasteada na Vagueira

Atrasadas pela Autoridade Nacional da Água (INAG), as projectadas obras de reforço dos esporões e defesa central na Vagueira impediram a autarquia de proceder à requalificação daquela praia. A denúncia foi feita pelo vice-presidente da Câmara de Vagos, no decorrer da cerimónia oficial do hastear da "bandeira azul" e "bandeira praia acessível para todos".

Segundo Carlos Neves, que fez votos para que o referido projecto, que ainda não existe, seja "exequível para não colidir com o da Câmara", a situação na Vagueira é "bastante problemática", a exemplo do que sucede com outras praias da região. Admitindo que ninguém gosta de "ver o mar a bater constantemente nas rochas", aquele autarca confessou, com alguma ironia, já ter sugerido que em vez de escadas para acesso ao areal, fossem ali colocados uns "escorregas".

"O desenvolvimento da Vagueira só depende da vontade do INAG", reconheceu Carlos Neves, destacando que seria bom que as obras, previstas para se iniciar no final da época balnear, pudessem avançar "enquanto há Vagueira". Recorde-se que, de acordo com o vice-presidente da autarquia vaguense, o projecto de requalificação da praia foi inscrito no orçamento camarário já em 2006.

Atrasado, mas por outros motivos, estará o reforço das dunas, com aproveitamento de materiais que se encontram depositados no Porto de Aveiro. A obra será já executada pelo novo organismo criado para tutelar o controlo das praias, a Administração da Região Hidrográfica do Centro, que substitui assim a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

O anúncio foi feito por Machado Relvão, técnico da CCDRC, que também esteve presente na cerimónia realizada na Vagueira. A operação, que deverá ser inscrita no futuro Polis para a Ria de Aveiro, continua a "marcar passo", em virtude de alguns proprietários da Vagueira terem reivindicado a propriedade dos terrenos de cultivo junto às dunas.

Machado Relvão disse ao JB que este assunto terá de ser "rapidamente esclarecido". "As pessoas vão ter de provar que os terrenos são seus, e que já pertenciam ao domínio privado em 1864", referiu o técnico da CCDRC, fazendo notar que o Estado vai ter de expropriar, para que as obras possam avançar.

Eduardo Jaques


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