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27-06-2008

Regresso da recolha do lixo aos serviços municipalizados


Aveiro - PCP contra privatizações

O PCP desafiou hoje a maioria PSD/CDS na Câmara de Aveiro a estudar o regresso da recolha do lixo aos serviços municipalizados da autarquia.

A recolha é actualmente explorada pela SUMA, que os comunistas consideram “um mau negócio para a autarquia”.

O desafio foi deixado por António Regala, da concelhia do PCP e deputado municipal, no lançamento da campanha daquele partido contra “a acção privatizadora e concessionária de serviços do município” que, segundo aquele dirigente do PCP, é a marca dominante do plano de saneamento financeiro proposto pela maioria PSD/CDS.

“Se a maioria diz que equaciona todas as possibilidades, para reequilibrar a situação financeira, então que estude o regresso da recolha dos resíduos sólidos urbanos, que foi um negócio ruinoso para a autarquia, porque o que se gastava com o lixo quando era recolhido pelos serviços municipalizados corresponde a cerca de um quarto do valor que se paga à SUMA”, disse.

A concelhia do PCP decidiu fazer uma campanha para alertar os aveirenses “quanto aos perigos do que se está a passar sobre a delapidação quase total do património municipal” .

“Além da entrega do parque escolar a uma empresa maioritariamente privada, que vai condicionar a Educação, o plano de saneamento financeiro perspectiva a privatização dos Serviços Municipalizados de Aveiro (SMA), incluindo a água, um recurso natural que pertence a todos, para servir o lucro de alguns”, acrescentou.

Para António Regala, o caminho tem de ser o inverso, nomeadamente voltando a integrar actividades que já foram dos SMA ou de pelouros municipais, incluindo as que deram lugar às empresas municipais, como a MoveAveiro (transportes) “que estão numa situação de quase descalabro”.

“A actual maioria, quando tomou posse, e logo na primeira reunião da Assembleia Municipal, anunciou que as empresas municipais eram para acabar, posição com a qual estivemos genericamente de acordo. Não o fez e a situação é quase de descalabro. A Estádio Municipal de Aveiro (EMA) tem contas desastrosas e, exceptuando a AveiroExpo (parque de feiras e exposições) todas as restantes estão em situação delicada”, disse o dirigente comunista.

Bastante crítico em relação ao plano de saneamento financeiro apresentado, mesmo depois de reformulado pelas opções políticas, António Regala teme também que o Tribunal de Contas o volte a chumbar porque - sustenta - “falta-lhe rigor e garantia de poder pagar os 10 milhões de euros anuais do empréstimo previsto de 58 milhões de euros, após os três anos de carência”.

“É nossa convicção de que o plano apresentado é insuficiente no rigor e nas garantias de cumprimento dos compromissos previstos e tememos que este não passe no Tribunal de Contas”, disse.

O dirigente admite que “tem a “receita” de um plano de saneamento, que é a sua estrutura, mas faltam-lhe os “condimentos” do rigor e da garantia de cumprimento, sendo vago em aspectos relevantes”.


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