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12-06-2008

Arguido encontra-se em Espanha pelo que ainda não foi notificado pelo Tribunal


Oliveira do Bairro - Acusado de violação e maus-tratos

Um homem de 50 anos, residente em Espanha, natural de Óis da Ribeira, foi acusado pelo Ministério Público do Tribunal Judicial de Oliveira do Bairro de um crime de violação e três crimes de maus-tratos à mulher e filhos.

De acordo com a acusação, o arguido viveu durante 14 anos no Carro Quebrado, Oiã, com a esposa e dois filhos, que foram alvo, quase todos os dias, de discussões e de maus-tratos.

O arguido desferia bofetadas e pontapés em várias partes do corpo da mulher, causando-lhe dores e lesões na face, pescoço e braços. Chegou ao ponto de apontar-lhe uma arma de fogo à cabeça. Os maus-tratos eram presenciados pelos dois filhos do casal. A mulher acabaria por pedir apoio à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, desconhecendo-se a actual residência.

Violência. No decurso de Maio de 2003, perante os maus-tratos, a mulher, professora, propôs ao marido que se divorciassem, mas este ameaçou-a de morte, caso voltasse a falar em separação ou divórcio.

Dias mais tarde, o indivíduo pousou uma navalha na mesa-de-cabeceira e, empregando a força física, levou a mulher a manter relações sexuais de cópula completa, molestando-a e causando-lhe dor, de forma a impedi-la de resistir aos seus intentos.

Segundo a acusação, desde que se casaram e durante o período em que residiam juntos, o arguido todos os dias abria a carteira da esposa, mexia no telemóvel, verificava a quilometragem da viatura que esta conduzia e vigiava de forma a controlar os movimentos e tomar conhecimento de todas as pessoas com quem a mesma falava no dia-a-dia.

Mas as ameaças e os maus-tratos acabaram por se estender aos próprios filhos, que estavam obrigados a frequentarem aulas de música e a integrarem uma banda filarmónica.

Se os filhos tocassem mal ou estivessem desatentos nos ensaios, dizia que ia ter com eles e os sovaria em frente das pessoas presentes. Os filhos chegaram a ser agredidos. A filha chegou a ser arrastada pelas escadas, puxada por uma das pernas, enquanto que, noutra ocasião, levou uma bofetada por ter partido um vaso.

Já o filho, chegou a ser "chicoteado" com o cinto por ter caído quando brincava com os amigos.

Após a mulher ter abandonado a casa, o arguido, no período compreendido entre o dia 12 de Agosto e 11 de Outubro, enviou diversas mensagens de voice mail com teor ameaçador e insultuoso, tendo ainda perseguindo a ex-sogra com o intuito de descobrir o paradeiro da mulher. Nestas perseguições, o arguido trocava de carro.

Pedro Fontes da Costa

pedro@jb.pt


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