, inclusive para as tomadas de electricidade, candeeiros partidos, paredes que em vez de brancas são de um cinza sujo, baldes que aparam a água da chuva, chão cheio de buracos que deveriam estar preenchidos com os revestimentos, coberturas que há muito estão "rotas". Os problemas da Escola Secundária de Anadia (ESA) são mais do que muitos e, depois de anos de promessas de uma escola nova, os alunos vão exigi-la numa manifestação marcada para a manhã do próximo dia 4 de Junho. O Conselho Executivo mantém-se à margem da manifestação, mas reconhece que as condições do edifício da ESA há muito que não são as desejáveis. "Vamos realizar a manifestação para lembrar que existimos e precisamos de condições para aprender e trabalhar", afirma Filipe Sério, presidente da Associação de Estudantes.
De uma ponta à outra, os problemas na ESA repetem-se, quer no edifício velho, que data da década de 40, quer na parte nova, construída em 1986. Há salas em que se vêem os canos nas paredes; há tectos que acumulam água e a solução foi mesmo fazer um buraco para a drenar; há humidade e falta de tinta em tudo quanto é sítio - e buracos (o ano passado chegou a haver o concurso de tapar o buraco com pastilha elástica); há fios descarnados, há água que entra por todos os buracos; há uma cobertura que devia ligar as duas áreas - velha e nova - em segurança e protegendo as pessoas da chuva e que não é mais do que um ribeiro de água. E há 750 alunos e dezenas de professores que ali estudam e trabalham diariamente.
"Queremos saber se a nova escola avança, porque está prometida há anos e o que se vai fazendo é tapar buracos", afirma Diogo Bandeira, um dos alunos promotores da manifestação.
Luís Santos, presidente do Conselho Executivo da ESA, não aprova a manifestação, mas reconhece as razões dos alunos. A escola sofreu uma intervenção, apenas a nível de telhados e pisos, em 1996 e 98, mas não chega. "Os alunos entendem, tal como nós, que o lugar onde habitam não está bem", afirma.
Mantém, porém, a expectativa de vir a ter uma nova escola, apesar da morosidade de um processo que foi iniciado já em 2001 . "As entidades reconheceram que a nossa escola necessita rapidamente de ser substituída - e não acredito que tenha reparação", afirma.
A construção de uma nova escola chegou a ter luz verde por parte do Governo de Durão Barroso (2002 a 2004), num projecto em que a autarquia anadiense era parceira, disponibilizando os terrenos e até construindo a escola numa troca com os terrenos onde está implantada a actual. Porém, a mudança de Governo ditou o engavetamento do projecto.
"A promessa que temos é a de que a nossa escola será a primeira a sofrer obras ou a nova construção no conjunto das escolas do centro. Estou convencido de que não estaremos esquecidos", afirma Luís Santos.
Na dúvida, os alunos relembram, dia 4 de Junho.
Tânia Moita
tania@jb.pt