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02-04-2008

A importante estrada incrementará a qualidade


Aveiro - Águeda

O governo apresentou no fim-de-semana passado, com a apropriada pompa do início de um período pré-eleitoral e a importância regional a que o evento obriga, o lançamento da nova ligação rodoviária Aveiro - Águeda.

A importante estrada incrementará a qualidade das ligações entre as pessoas das duas cidades, bem como o escoamento de mercadorias. Será um lanço com 14 km de extensão, em perfil de auto-estrada proporcionando uma nova ligação transversal de entre Aveiro e os principais eixos longitudinais (A17, A1 e IC2). A nova ligação reduzirá em 53% o tempo médio de percurso entre Aveiro e Águeda. Prevê-se que fique operacional em 2011, começando já no segundo semestre de 2008 os estudos de impacte ambiental. Ao mesmo tempo que se anuncia esta auto-estrada, lança-se finalmente a ligação sul de Aveiro ao nó da A1 no Mamodeiro, que deveria ter ficado pronta quando concluíram aquele acesso fundamental.

Claro que nem tudo são boas novidades.

Em lado algum das notícias que pude ler (não fui à cerimonia, é certo) se disse que esta via ia ter portagens, nem quanto iria custar cada viagem. Claro que a justificação para este procedimento reside no facto de ser excelente uma alternativa ao existente, que o Estado não tem dinheiro, blá, blá ?

O facto de ser portajada não lhe retira a importância, a oportunidade nem a sua absoluta necessidade. Até compreendia que a dita estrada fosse paga, se fizessem ao mesmo tempo variantes a Eixo e Travassô, evitando o atravessamento destas terras (como se faz em Espanha). Mas não, mais uma vez este estado fiscal vê a oportunidade de oferecer uma concessão, ao mesmo tempo que antevê mais receita com a cobrança a prazo de IVA e IRC.

Não percebo é como este Estado nos quer impingir esta necessidade com estes argumentos, quando qualquer dia a única coisa que serve é ter empregos para alguns (não será já hoje). Afinal, antes o Estado ainda tinha engenheiros e funcionários a quem pagava para fazerem estradas e auto-estradas, e que depois construía, mantinha e cobrava portagens. Agora, se calhar tem os mesmos funcionários e concessiona a exploração. Francamente, não é preciso. As empresas concessionadas também sabem fazer projectos e negociar com as terras por onde vão passar estas alternativas às vias "romanas" que o Salazar nos deixou.

Como nota final, deixo aqui lavradas as minhas felicitações ao Dr. Filipe Neto Brandão porque, enquanto governador civil de um distrito em desagregação, ainda conseguiu sensibilizar o Governo para tão importante obra na região.

António Granjeia*
*Director


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