O primeiro-ministro, José Sócrates, exonerou ontem o ministro da Saúde, António Correia de Campos, a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás. Na Bairrada, a entrada de Ana Jorge para a pasta da Saúde é sinal de esperança. Anadia conta com a reabertura do serviço de Urgência do Hospital José Luciano de Castro.

A saída de Correia de Campos, anunciada ontem, está a gerar grande expectativa junto de Litério Marques, autarca de Anadia, que se afirma esperançado. "Espero que a nova inquilina do Ministério da Saúde venha conversar comigo e com a região, para virmos a ter um consenso sobre o futuro do hospital de Anadia". O autarca insiste no "reforço da qualidade e das valências" daquela unidade hospitalar e no restabelecimento "imediato" do serviço de urgências. "Só fico satisfeito quando se fizer justiça a Anadia", afirmou ao JB.

Por seu turno, José Manuel Ribeiro, deputado do PSD eleito pelo círculo de Aveiro e presidente da Assembleia Municipal de Anadia, considera a saída "muito positiva". "É o culminar de uma série de erros e trapalhadas que foram desenvolvidas no mandato de Correia de Campos. A sua saída era a única solução possível", defende.

Também José Paixão, líder do movimento cívico "Unidos pela Saúde", considera que a medida "vem dar razão ao movimento". " Não basta mudar de moleiro. É preciso mudar sim apolítica, que estava errada. Até lá vamos manter-nos firmes na nossa posição, até para que o primeiro-ministro entenda que o que estava em causa não era a pessoa, mas sim a sua política", sublinha.

Em Cantanhede, o presidente João Moura admite a expectativa em relação à orientação da nova governante, mas assume a continuidade da "defesa intransigente dos interesses da população e da melhoria das condições de acesso à Saúde. Temos o diagnóstico feito e sabemos que para esta reforma funcionar são precisos mais cinco médicos no Centro de Saúde de Cantanhede", diz o autarca.

"O primeiro-ministro compreendeu as consequências negativas desta política. Espero que esta remodelação tenha um carácter não pessoal mas político", afirmou Manuel Alegre, deputado do PS, natural de Águeda que já havia criticado a política do ex-ministro Correia de Campos.

CC e TM