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19-10-2007

Só fará sentido se acompanhada da implementação de outras medidas


Universidade de Aveiro propõe redução de velocidade nalgumas auto-estradas para 80 km/h

Uma equipa da Universidade de Aveiro (UA) propôs hoje a redução, para 80 quilómetros por hora, do limite máximo de velocidade nalgumas auto-estradas, como uma das medidas para reduzir a poluição do ar.

A medida consta do estudo sobre o Plano de Melhoria da Qualidade do Ar da Região Norte 2001-2004, apresentado hoje na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN).

Antes de Carlos Borrego, da UA, apresentar o estudo, o presidente da CCDRN, Carlos Lage, alertou a assistência para o impacto que o anúncio da medida teria na população, reconhecendo, contudo, as vantagens da redução do limite de velocidade nalgumas auto-estradas.

Carlos Borrego advertiu, de imediato, que a redução para 80 km/h só fará sentido nalgumas auto-estradas e se acompanhada da implementação das outras dezenas de medidas propostas.

O ex-ministro do Ambiente deu como exemplo a redução para 80 km/h imposta na Via de Cintura Externa de Roterdão, Holanda, mas que, segundo Carlos Borrego, foi revogada três anos depois por se ter concluído que "não era dali que vinham as partículas" poluentes.

No entanto, o estudo entregue na sessão de hoje aponta a experiência de Roterdão como tendo gerado "resultados positivos, nomeadamente ao nível da redução de emissões, do ruído e dos acidentes".

"Verificou-se uma diminuição, ao nível local, de 25 a 35 por cento das emissões de PM10" (partículas poluentes em suspensão), salientam os autores do estudo, que estimam em 37 por cento a redução na região Norte.

A equipa da UA propõe que a redução dos limites de velocidade seja implementada em oito concelhos da Área Metropolitana do Porto: Matosinhos, Porto, Maia, Vila do Conde, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira, Gaia e Espinho.

Carlos Borrego salientou que, entre 2001 e 2004, o litoral Norte ultrapassou sistematicamente os limites de PM10 e de ozono, o que obriga à adopção de medidas para a redução destes níveis de poluição do ar.

O investigador afirmou que, em 2004, só 18 por cento da poluição atmosférica no Norte teve origem em episódios naturais, nomeadamente incêndios florestais e areias provenientes do deserto do Sahara.

Carlos Borrego destacou o impacto positivo que teve a introdução do Metro do Porto (movido a electricidade) e a substituição do gasóleo por gás natural, na maioria dos autocarros da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), mas salientou que estas medidas são "insuficientes".

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