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11-07-2007

Os ATL traduzem o reconhecimento dos pais


Editorial - Portugal mais uma vez corta no essencial

A ocupação dos tempos livres pós escola é assegurado em Portugal por instituições privadas e por IPSS. Existem 461 IPSS em Portugal. Mais de 150 têm a valência de ATL. A falta de resposta pública no apoio à criança, proporcionando-lhe múltiplas actividades de enriquecimento curricular motivou o crescimento da resposta privada sendo a maior parte sido fomentada pelas IPSS. Apesar das incertezas nas políticas governamentais a resposta nas IPSS aumentou 100% no ano passado (fonte CNIS).

Os ATL traduzem o reconhecimento dos pais pelos consistentes modelos já existentes, em prejuízo da novidade do alargamento do horário escolar com a oferta de actividades de enriquecimento curricular (AEC) imposta pelo Ministério da Educação e implementada por agrupamentos escolares e autarquias de uma forma, em muitos casos, desajeitada apressada e experimentalista.

O alargamento do horário escolar, a sua valorização com actividades de enriquecimento curricular e a sua universalização a todas as crianças (apenas 1/3 têm acesso aos ATL), promovido pela Ministra da Educação, é uma medida interessante e intrinsecamente boa. Mas não pode ser desarticulada e esquecer a oferta privada existente.Ainda por cima, este modelo que o Estado ensaia não está a ser satisfatório para os pais, sobrepondo-se com hostilidade às respostas que as IPSS implementaram com apoio estatal e asseguram, com inegável esforço, provocando apenas o encerramento destas valência em muitas IPSS e desemprego compulsivo dos seus funcionários.

Infelizmente, estas experiências educativas (uma sina que já havia com o anterior regime) têm como base o dinheiro que o estado gasta. Mais uma vez, o Portugal corta no essencial e promove obras megalómanas como a OTA e consome o nosso dinheiro com a sua ineficiência.

António Granjeia*
*Director do Jornal da Bairrada


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