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15-06-2007

A ALDA alerta para eventuais prejuízos aos vendedores


Aveiro - Pequenos produtores ficaram fora do Mercado

A Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro acusou a maioria PSD/CDS-PP na Câmara de Aveiro de "não permitir aos pequenos produtores a venda no Mercado Manuel Firmino, contrariando promessas feitas antes das obras de reconstrução".

Lamentando que, "passados sete anos, o Mercado Manuel Firmino abra as suas portas ainda inacabado", a direcção da Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) afirma continuar "com grandes preocupações quanto ao futuro dos agricultores e pequenos comerciantes", que foram deslocados durante as obras para o mercado de Santiago.

"Os objectivos das obras no mercado Manuel Firmino eram criar todas as condições mínimas de higiene e de espaço para que todos os vendedores pudessem exercer a sua actividade com dignidade", refere o documento da ALDA, acrescentando que "outro objectivo, de acordo com as promessas feitas pelos responsáveis da autarquia, era o regresso de todos os vendedores, em particular dos mais antigos, ao Mercado Manuel Firmino".

Aquela organização acusa, ainda, a actual maioria municipal de ter optado por "esvaziar o Mercado de Santiago, puxando comerciantes daí para o novo mercado Manuel Firmino", e "não permitir aos pequenos produtores a venda no novo Mercado".

Segundo a ALDA, os pequenos produtores "sempre foram uma fonte de atracção de clientes ao Mercado, pela qualidade dos seus produtos e pelos preços praticados", pelo que as medidas tomadas para a reabertura representam a "ausência de estratégia para a valorização dos mercados em Aveiro".

"A ALDA alerta para eventuais prejuízos aos vendedores do Mercado de Santiago e do Mercado Manuel Firmino, e não deixará de responsabilizar os promotores desta situação, caso isso aconteça", conclui o comunicado da organização de lavoura.

O Mercado Manuel Firmino reabriu ao público no dia 12, ainda sem as lojas exteriores a funcionar, ao fim de sete anos encerrado devido às obras de reconstrução.

A sua recuperação, ao abrigo do Programa Polis, conheceu alguns contratempos, já que o edifício apresentava problemas estruturais imprevistos, que obrigaram à sua demolição e à construção de uma réplica, agora dotada de estacionamento subterrâneo.

A demora na reabertura tem levado a troca de acusações entre a maioria do executivo PSD/CDS-PP e o PS, que afirma ter deixado há dois anos as obras prontas para o mercado abrir, antes de perder as eleições autárquicas.

Apesar das pressões para a reabertura, alguns vendedores defenderam publicamente que só devia ter reaberto quando as lojas também estivessem em condições de o fazer, mas a Câmara acabou por decidir abrir portas a 12 de Junho, sem inauguração oficial.

Contactada pela Lusa, fonte do executivo frisou que "os procedimentos de transferência, por concurso, correspondem a um modelo que era conhecido desde o encerramento".

"Houve reuniões consecutivas com os vários operadores e lojistas, pelo que não se compreende a posição da ALDA", comentou a mesma fonte.

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