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29-05-2007

Aumento de 11 mil por cento das despesas em estadias e deslocações


Aveiro - PS estranha contas de empresa municipal e maioria aprova

A Câmara de Aveiro aprovou hoje as contas da empresa do Estádio Municipal(EMA), com o voto contra do PS, que estranhou o aumento "de 11 mil por cento das despesas em estadias e deslocações".

O vereador do PS, Marques Pereira, após a exposição feita pelo administrador da EMA, João Pedro Dias, pediu explicações sobre "o aumento dos custos de pessoal e o aumento, em 11 mil por cento, em estadias e deslocações", reflectido nas contas apresentadas para aprovação pela empresa municipal.

João Pedro Dias explicou que "houve um aumento da actividade" da empresa, o que "não se faz sentado no gabinete e há deslocações que têm de ser feitas, mas está tudo documentado", dando a mesma justificação para o aumento dos custos com pessoal.

No que respeita ao protocolo com o clube residente, o Beira Mar, Marques Pereira salientou, que o mesmo determinava que fosse a EMA a vender os camarotes, os lugares de tribuna, e cerca de três mil ingressos, para obter receitas para o compromisso que tem com o clube de lhe conceder um apoio de cerca de 500 mil euros, mas que a actual administração passou essa comercialização para o Beira Mar, sem deliberação de câmara nesse sentido.

Jorge Greno, vereador da maioria(PSD/CDS), que representa a Câmara na empresa municipal, retorquiu que "mal está a empresa que tem de vir ao accionista para aprovar cada acto de gestão" e que "quem faz o espectáculo é que normalmente sabe a quanto quer vender os lugares".

Segundo Jorge Greno, a passagem da comercialização dos lugares para o Beira Mar, permitiu verificar que "o contrato está completamente desajustado e que o valor de 500 mil euros é despropositado".

Jorge Greno anunciou que "antes de Outubro serão renegociados todos os protocolos com o Beira Mar".

Questão suscitada na apreciação das contas foi também um contrato celebrado pela EMA com uma empresa externa para a fiscalização da empreitada de construção dos acessos, durante a governação socialista, classificado como "duvidoso" no relatório apresentado, o que levou Marques Pereira a pedir a João Pedro Dias que esclarecesse em que medida.

O administrador da EMA disse que se referia a ser "duvidoso para os interesses da empresa, na medida em que foi a Câmara a adjudicar a empreitada e o contrato de fiscalização foi feito pela EMA".

A venda de lotes de terreno dispersos, na zona do novo estádio, foi outra das questões levantadas pelo PS, que quis saber se houve concurso público, ao que João Pedro Dias esclareceu que não, revelando que houve negociação directa com a PDA, outra empresa com participação municipal, a que está associado o grupo Visabeira para desenvolver o projecto do Parque Desportivo de Aveiro, e que os terrenos foram vendidos ao preço praticado na zona por esta empresa.

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