O presidente da Administração do Porto de Aveiro (APA), José Luís Cacho, disse hoje que o plano estratégico portuário está a avançar no calendário previsto, com obras públicas e atracção de investimentos privados. Falando na abertura da conferência sobre a qualidade geral dos portos, que marca o início das comemorações do bicentenário da barra artificial, Luís Cacho destacou que o Porto de Aveiro atravessa uma fase de "ebulição, fervilhando de obras e projectos". "Do conjunto de 40 acções propugnadas no Plano Estratégico do Porto de Aveiro, todas elas se encontravam, em Dezembro de 2006, a ser executadas dentro do calendário previsto", assegurou. Luís Cacho referiu que "as máquinas já estão a trabalhar na plataforma multimodal de Cacia" e que a ligação ferroviária do Porto de Aveiro às Linhas do Norte e da Beira Alta chegou "a um ponto de não- retorno, com concursos em fase de adjudicação e outros prontos para serem lançados". Consignado está já "um conjunto significativo de investimentos privados na área portuária, no montante global de 100 milhões de euros", completou, referindo-se nomeadamente aos projectos logísticos e industriais do grupo Martifer, da BP Portugal e do grupo Tertir. Segundo o presidente da APA, já se encontra em obra a execução do Parque Logístico em área adjacente ao Terminal de Granéis Líquidos e está concluída a dragagem da Bacia de Manobras do Terminal de Granéis Sólidos do Porto de Aveiro à profundidade de 12 metros (cota - 12 do zero hidrográfico). Trata-se de uma empreitada que permite estabilizar àquela profundidade toda a área de acesso marítimo aos terminais do sector norte do Porto de Aveiro e que representou um investimento de 14 milhões de euros. "A um ano de se cumprirem dois séculos sobre a abertura da Barra de Aveiro", o presidente da APA deixou o compromisso de tudo ser feito "para que nenhum historiador possa, nas comemorações do tricentenário, lamentar quaisquer esmorecimentos ou interrupções". Por seu turno, Élio Maia, presidente da Câmara de Aveiro, destacou a importância do Porto de Aveiro na história da evolução económica e demográfica da cidade e da região, acreditando que a sua localização seja potenciada por boas acessibilidades e tarifas competitivas, por forma a destacar-se na realidade portuária ibérica, "ambição que Aveiro apoia". Já Ribau Esteves, presidente da Câmara de Ílhavo e da Associação de Municípios da Ria, preferiu assinalar que as comemorações não são motivo de festa para a Ria de Aveiro que se serve da barra, porque "está doente e abandonada pelo Estado, que não investe nela nem deixa investir". Reiterando a reclamação de que seja criada em Aveiro uma entidade para a gestão integrada da Ria, Ribau Esteves criticou o Ministério do Ambiente por "fazer de conta que a Ria não existe", afirmando que o governo, em dois anos, "já teve tempo para arrumar esse dossier". |