O quartel da GNR de Oliveira do Bairro está velho e degradado. A somar à falta de condições de infra-estruturas, os militares apenas contam com duas viaturas, antigas e semi-avariadas, para patrulharem uma área enorme, com duas zonas industriais e seis freguesias (uma cidade e cinco vilas) de Oliveira do Bairro e outra do concelho de Águeda.
Em Oliveira do Bairro, as condições em que os guardas vivem são tema de conversa, até pelo número de pessoas que se deslocam a este quartel para resolver assuntos, muitos dos quais do foro judicial, já que é esta entidade que efectua a maior parte dos inquéritos do Tribunal Judicial de Oliveira do Bairro.
O estado do edifício - que foi inaugurado em 1990 e nessa altura já apresentava imensas rachadelas - é considerado caótico, o que obriga os militares a pernoitarem em condições desumanas e, pior do que isso, alguns, na sua maioria as mulheres, são obrigados a deslocarem-se a Sangalhos, Anadia, para tomarem um duche matinal.
Desde o reboco, a cair das paredes, proliferação de maus cheiros por todo o edifício, infiltrações, até à canalização furada e à instalação eléctrica em alguns pontos curto-circuitada, o quartel há muito que deixou de ter condições, inclusive para receber civis.
No ano passado, se não fosse a pronta intervenção dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Bairro, parte do quartel tinha ardido, devido a um curto-circuito que aconteceu no bar. Ainda hoje o tecto conserva o negro do fumo, resultante desse incêndio.
A própria casa de banho destinada aos civis está desactivada, obrigando-os a entrar dentro de uma área restrita, que só os militares deveriam ter acesso, para encontrarem uma "retrete" que funcione, o que não é tarefa fácil, pois, das várias existentes, só uma está activa e é para homens.
Acrescente-se que os guardas, que pernoitam no quartel, são obrigados a dormir num local cheio de fungos nas paredes e com o chão, que é em cortiça, completamente encharcado de água.
Mas as mazelas não se ficam pela caserna, pois, logo à entrada, salta ao olhar de qualquer "visitante" o mau estado dos estores que obrigam o militar de serviço a permanecer, durante as tardes mais radiantes, de óculos escuros.
Já o parque automóvel da GNR é composto por um jipe Patrol que não pode exceder os 50 quilómetros/hora, pois a roda da frente, do lado direito, começa a vibrar, de tal forma que quem por ele passa fica com a ideia de que vai ser projectada. Enquanto que um velho Fiat Tempra tem deixado apeados os guardas nos mais variados locais do concelho, prova disso são as vezes que esta viatura foi transportada pelo pronto-socorro.
O Jornal Bairrada tentou, sem sucesso, obter uma reacção do Gabinete de Relações Públicas da GNR. |