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08-11-2006

Contra o encerramento do serviço de Urgências do Hospital de Anadia


Anadia - Movimento cívico reuniu mais de 5 mil assinaturas

Um verdadeiro sucesso foi o resultado alcançado pelo Movimento Cívico que saiu para a rua em defesa da manutenção do serviço de Urgências do Hospital Distrital de Anadia que se encontra na “lista negra” dos 14 serviços de Urgência que, a nível nacional, deverão encerrar, durante o ano de 2007, no âmbito da Proposta da Rede de Urgências, elaborada por uma Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências Hospitalares.

Resultado surpreendente

Logo que foi tornado público o conteúdo do Estudo, que indica para encerramento o serviço de Urgências do Hospital Distrital de Anadia, os anadienses saíram para a rua, em defesa daquele importante serviço hospitalar, dando corpo a um movimento cívico, sem precedentes.

Na verdade, num concelho onde não existe tradição de contestação ou de movimentos cívicos, até porque as gentes do concelho têm fama de ser individualistas e indiferentes à coisa pública, o resultado agora alcançado é surpreendente e prova precisamente o contrário.

“Quando realmente é necessário e se justifica, as pessoas agem”, avançou a JB Carlos Alegre, um dos elementos que integrou o núcleo duro do movimento.

Como diz o ditado “quem não se sente, não é filho de boa gente”, a população do concelho uniu-se a uma só voz, em defesa deste serviço que consideram “necessário e imprescindível.”

Na última semana, Jornal da Bairrada deu conta da formação deste movimento e agora dá conta dos resultados alcançados que deixam orgulhoso o núcleo promotor do manifesto.

Carlos Alegre avança que “os resultados alcançados superaram todas as expectativas iniciais”, já que “houve uma adesão espontânea com a qual não contávamos, pois as pessoas levaram o manifesto a outras suas conhecidas, como que em cadeia, por forma a que um maior número de pessoas o subscrevesse”.

População diz NÃO ao encerramento

O movimento, que se formou, no passado dia 21 de Outubro, conseguiu, em menos de duas semanas, mobilizar as 15 freguesias do concelho de Anadia, onde circulou o manifesto, que passou por empresas, instituições particulares, escolas, associações culturais de desportivas, e muitas casas comerciais das 15 freguesia do concelho.

Mais de 150 listas circularam por forma as dar voz a uma população que se diz “defraudada” e “indignada” e que reagiu perante a intenção de encerramento daquele serviço por parte do Ministério da Saúde.

O manifesto a enviar ao Ministro da Saúde aponta as principais razões e argumentos para a manutenção daquele serviço.

“Houve uma unidade e entusiasmo surpreendentes, o que nos deixou bastante satisfeitos”, avançou Maria do Carmo Matos, também ela pertencente ao núcleo de anadienses promotor do manifesto que seguiu ontem (terça-feira) para o Ministério da Saúde.

“Poderá não pesar na decisão do encerramento, contudo, dá voz a uma população descontente, triste, e que se sente defraudada e injustiçada”, avançou, concluindo que “o concelho perde, em termos de Saúde, todas as conquistas que alcançou no passado”.

Recorde-se que, no passado mês de Outubro, o concelho de Anadia perdeu o SAP (Serviço de Atendimento Permanente) da Extensão de Saúde de Sangalhos que servia todo o concelho e tem as Urgências do Hospital Distrital na lista dos serviços de Urgência a encerrar em 2007, ficando completamente desprotegida em termos de Saúde.

Urgência nova certificada e com triagem de Manchester

“Anadia tem hospital desde 1928 e agora corre o risco de perder um serviço conquistado há muitos anos. Uma injustiça, até porque se trata de um serviço que implementou a Triagem de Manchester e está certificado pela qualidade dos serviços prestados, a nível internacional”, referiu a JB um outro anadiense relembrando que “em Anadia foi feito um investimento de vulto, há dois anos, que melhorou as condições de atendimento e os doentes são tratados por profissionais altamente competentes, com um humanismo e simpatia que não existem nos hospitais centrais.”

Refira-se ainda que nas várias freguesias uma rede de colaboradores e amigos do Hospital foi responsável por fazer crescer esta lista de contestação.

Catarina Cerca


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