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26-07-2006

Um desafio motivador


António Flávio e a nova época do OSBC

António Flávio regressa pela porta grande. Depois de duas experiências menos sucedidas, o novo treinador do Oliveira do Bairro mostra-se esperançado no seu trabalho, na qualidade dos jogadores e não quer um tratamento de excepção, caso os resultados desportivos não venham ao encontro do interesse de ambas as partes. A manutenção é o objectivo principal e o grupo de trabalho vai tudo fazer para tentar conseguir esse desiderato na primeira volta, porque ambição não falta.

“Não tenho medo de falhar”

António Flávio mostra-se identificado com o clube, com os propósitos dos novos dirigentes, cuja principal vertente passa pela formação, num plantel que quer ver, de futuro, composto por jogadores formados no clube, plantel esse com muita qualidade, com jovens que podem copiar Edson a dar o salto para o futebol profissional. Antes disso, terá que trabalhar uma equipa, que não tenha os mesmos problemas da época passada, e onde apenas falta um ponta-de-lança.

-Como encara este regresso?

-É um regresso a uma casa que eu amo, onde cresci, onde me fiz homem, que será inevitavelmente até ao fim dos meus dias o meu clube.

Tenho a noção de que, como treinador, estarei sujeito aos resultados desportivos, mas encaro isso com a maior das naturalidades. Irei fazer o meu trabalho como o faria em outro qualquer clube, não querendo, de maneira nenhuma, um tratamento de excepção.

Regressei pela equipa de dirigentes responsável do clube, e regressei também pela política desportiva do OBSC, cada vez mais assente na formação. Todos, em conjunto, iremos fazer um trabalho para que, num futuro próximo, o clube possa ter mais jovens da formação no plantel sénior. Para a nova época, vamos apostar em três ou quatro ex-juniores, de acordo com as suas capacidades.

Seria um dia maravilhoso poder fazer ou construir um plantel com a totalidade de jogadores feitos na formação do OBSC, que neste momento já é uma escola com uma grandeza enorme a nível do distrito de Aveiro.

-Não tem medo de falhar?

-Claramente, não. Sabemos a nossa capacidade de trabalho, mas fundamentalmente sabemos a força do balneário e dos jogadores mais emblemáticos do clube, que estão sempre na disposição de ajudar os treinadores.

Depois, teremos que encarar isto com a maior das naturalidades, na certeza de que toda a gente vai trabalhar bem. Depois é de contar também com uma pontinha de sorte para que tudo corra pelo melhor, apesar de estarmos a fazer uma programação de início de época, sem saber como vamos competir e como vai ser organizado o campeonato.

“É um bom desafio”

-Depois das duas experiências que não correram bem, este é o maior desafio como treinador?

-É um bom desafio, mas também é motivador, sobretudo pelo que disse atrás, pela política desportiva que o clube adoptou. Isso motiva-nos a fazer um trabalho mais alargado e perspectivando que os novos valores surjam para dar continuidade à aposta na formação do OBSC.

-O plantel está fechado?

-Falta um ponta-de-lança com características diferentes daqueles que já fazem parte do plantel no último terço do campo. Gostaria imenso de contar com o João Tomás, que é o melhor avançado português, mas, por motivos óbvios, não podemos contar com ele, tal como o seu irmão, Miguel Tomás, que, por outros motivos, também não foi possível.

-Não acha que o meio campo ostenta alguma veterania?

-Não acho, até porque o meio campo será um dos sectores mais fortes da equipa. Os elementos que o compõem têm muita qualidade e experiência e, com a irreverência de outros, é possível criar uma simbiose de equilíbrio e qualidade no nosso futebol.

-Que mensagem quer deixar à massa associativa?

-Ao longo destes últimos anos, esta equipa já deu provas da sua capacidade. Para a nova época há a certeza que toda a gente vai continuar a dar o seu melhor, para o engrandecimento do OBSC, era bom o apoio de toda a gente, de ver na bancada as velhas referências da história que queremos escrever esta época.

Manuel Zappa


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