A terceira edição do concurso “As melhores vinhas da Bairrada”, promovido pela Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), em parceria com a Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral, foi apresentada ao público, na última sexta-feira, dia 19 de Maio, no auditório do Museu do Vinho, em Anadia.

Adegas também aderiram

Na presente edição a maior novidade prende-se com a participação, primeira vez, de duas adegas cooperativas (Vilarinho do Bairro e Cantanhede) que se apresentam a concurso com duas vinhas de associados seus, “sinal do empenhamento, qualidade, interesse e esforço dos produtores no cuidado das vinhas”, avançou João Casaleiro, presidente da CVB. Na cerimónia, João Casaleiro sublinhou ainda que “o concurso é mais um território de cooperação entre concorrentes e menos de competição”, até porque se trata de um concurso, com contornos inéditos em Portugal, que se tem vindo a afirmar, de ano para ano, quer na fidelização dos candidatos, quer no próprio regulamento que vai sofrendo pequenos ajustes “de forma a melhorar o equilíbrio entre as componentes estrutural, maneio e resultado final”.

Daí que a presente edição conte com a adesão de 21 produtores (mais dois do que na anterior edição) a que correspondem 23 parcelas (mais uma do que na anterior edição).

O concurso, que tem como principal objectivo promover e vulgarizar as boas práticas agrícolas, respeitando o ambiente e a viticultura da região da Bairrada, designadamente as suas castas, os solos onde são cultivadas e ainda a boa gestão e a execução dos trabalhos a realizar na vinha ao longo do ciclo vegetativo, valoriza e pontua aspectos como: parcela contínua de vinha, componente de demonstração da parcela, protecção integrada ou compatibilidade com o meio ambiente, existência de caderno de registo dos trabalhos de campo, compatibilidade com o tipo de solo e a componente paisagística, histórico-cultural e turística.

Promover a qualidade e a excelência nas vinhas e nos vinhos

O concurso, que decorre, ao longo da presente campanha, mediante inscrição prévia, análise documental e visitas que serão efectuadas às parcelas concorrentes entre Abril e Setembro, uma vez que a decisão final do júri será dada em finais de Outubro, devendo a entrega de prémios realizar-se a 10 de Novembro.

O concurso, pretende ainda, segundo João Casaleiro, “promover a qualidade do vinho da Bairrada ainda na vinha, local onde começa todo o trabalho que poderá dar origem a vinhos de excelência, assim como promover o vinho e a região, no seu conjunto.”

Assim, porque a qualidade começa na vinha - na obtenção de matéria-prima de muita qualidade capaz de se transformar em vinhos de qualidade -, a CVB pretende ainda premiar esta excelência observando a qualidade sanitária e a perfeição da maturação, sem perder de vista o respeito pelo ambiente, a saúde do consumidor e muito especialmente a preservação do património paisagístico.

Este ano, as 23 parcelas concorrentes são, na sua maioria, pertencentes a produtores-engarrafadores, no entanto várias empresas da região e produtores que fornecem empresas e adegas cooperativas também aderiram.

João Casaleiro deixaria ainda a certeza de que “na região já se assiste a um maior cuidado nas vinhas que estão bem ordenadas e limpas, bem conduzidas e plenas de vigor”, sinal de qualidade e cuidado doa viticultores que começam a olhar para a vinha de outra forma.

Acrescente-se ainda que a concurso foram admitidas parcelas de vinha com um mínimo de cinco anos; com uma área compreendida entre meio e cinco hectares, podendo ainda cada viticultor candidatar um máximo de três parcelas a concurso, mediante uma inscrição que rondou os 25 euros por parcela de vinha admitida a concurso.

O júri é composto por representantes da CVB, EVB, Vinibairrada, DRABL e empresas patrocinadoras, na qualidade de observadores/consultores.

Catarina Cerca