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08-02-2006

Animal teve que ser abatido em legítima defesa


Samel - Cão ataca pai, filho e neta

Um cão, arraçado de pastor alemão, atacou, na tarde do último domingo, de forma violenta, uma jovem de 23 anos, o seu avô, de 85 anos (ferido grave) e o tio, Albano Fernandes (dono do cão), que residem na localidade de Samel.

O octogenário Mário Fernandes, embora fora de perigo de vida, está internado nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde já foi alvo de uma intervenção cirúrgica.

Vaguear pela casa

Segundo Liliana Fernandes, sobrinha de Albano Fernandes, proprietário do cão, que foi mordida numa coxa e na barriga, tudo terá começado quando o Rex, companheiro há oito anos de toda a família, partiu a coleira e começou a vaguear pelo pátio da casa.

“Deparei-me com o cão que parecia estar desvairado. Chegou ao meu lado e levantou as patas e pôs-se a par de mim, mas sem me fazer mal, apesar de ter ficado assustada. Entretanto, veio o meu avô e disse-me que o cão não me fazia mal e foi quando o mordeu, violentamente, num braço”.

“De seguida, virou-se para mim e mordeu--me na barriga, enquanto que a minha prima, Zulay Fernandes, pegou num pau para acalmar o Rex. O cão ficou quieto e deitou-se ao lado do meu avô e só voltou a morder-lhe quando os vizinhos, que vinham em seu socorro, gritaram”, explicou Liliana Fernandes.

“Completamente fora de si”

Já Albano Fernandes diz que, perante o que se estava a passar, tentou acalmar o cão e foi buscar uma corda para o prender, “mas o animal estava completamente fora de si e mordeu-me numa perna”. “Só largou a perna quando a minha mulher o regou com uma mangueira”, acrescentou.

“Foi a partir daí que o tivemos que o abater. Não tínhamos outra hipótese, pois era uma questão de legítima defesa e a tragédia ainda podia ser maior, caso o Rex fugisse para a rua. Nem quero imaginar se apanhasse uma criança pela frente”, acrescenta o dono do cão.

Albano Fernandes, ainda emocionado com tudo o que se passou, confessou a JB que sempre tratou o cão conveniente e que chegava ao ponto de lhe aquecer sempre a comida.

“Não entendo o que se passou”, desabafa, entretanto, Albano Fernandes, contando ainda que “o cão só tinha sido vacinado quando era pequeno, pelo que não tinha as vacinas em dia”.

“Não entendo o que se passou”

Por seu lado, Zulay Fernandes que procurou socorrer a sua prima diz que “nunca mais se vai esquecer do episódio, que se passou no domingo à tarde”, confessando que “jamais vai entender o que se terá passado com o cão que conhecia e se dava bem com toda a família”. “Não entendo mesmo o que se terá passado. Sei é que o cão semeou o terror aqui em casa. Vieram os vizinhos todos ajudar e foi tudo muito complicado. Ainda nem tivemos coragem para enterrar o cão”.

Entretanto, fonte policial disse ao Jornal da Bairrada que “o cão não estava registado, nem tinha as vacinas em dia, pelo que vão ser levantadas as respectivas coimas”.

As vítimas receberam tratamento hospitalar, inicialmente, no Hospital Distrital de Anadia, enquanto que Mário Fernandes foi transferido para os serviços de Medicina Reconstrutiva dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt


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