domingo, 22 de Dezembro de 2024  16:53
PESQUISAR 
LÍNGUA  

O Portal D'Aveiro deseja-lhe Boas Festas

Inovasis Prescrição eletrónica (PEM), Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), Gestão de Clínicas Inovasis

Inovanet


RECEITA SUGESTÃO

Enguias de Escabeche

Enguias de Escabeche

Depois das enguias arranjadas, cortam-se as enguias em pedaços, temperam-se com sal.

Aqueça o óleo. Fritam-se ...
» ver mais receitas


NOTÍCIAS

imprimir resumo
19-12-2005

Crianças com Fome...



Diana Moreira

Estudante



Crianças com Fome...



A fome é a escassez de alimentos que, em geral, afecta uma ampla extensão de um território e um grave número de pessoas...

A alimentação de um país depende maioritáriamente do nível de desenvolvimento económico desse mesmo país. Podemos provar isso mesmo verificando que à medida que vão aumentando as possibilidades produtivas e que ao mesmo tempo aumenta o poder de compra, vêem-se melhorar os regimes alimentares.

Para haver um aumento da ração das populações que sofrem elevados níveis negativos a nível alimentar, tem de haver um combate ao subdesenvolvimento dessas mesmas populações. É curioso verificar que na Europa Ocidental os recursos alimentares são também limitados, vendo-se que a criação de gado aparece maioritariamente como um luxo ou dissipação, pois uma caloria animal exige sete calorias vegetais. O homem tem, interesse em consumir directamente os produtos da terra, sem passar pelo intermédio denominado de animal. Por isso, a carne aparece raramenteà mesa dos extremo-orientais, somente nos dias de festa e por vezes, nem mesmo nestes dias.

Existem dados fornecidos pelas Nações Unidas indicando que 25 mil pessoas morrem de fome por todo omundo. É sem dúvida um número assustador, uma realidade a céu aberto que afecta mais directamente o continente africano.

A subalimentação de uma grande parte do globo está estreitamente ligada ao subdesenvolvimento. Assim sendo, não é pois a terra que se nega ao homem, mas é o homem, que mais frequentemente, não adquiriu ainda um domínio suficiente sobre ela e sobre os elementos.

Foi feito um relatório por uma agência da ONU, calculando posteriormente que existem 852 milhões de pessoas a passar fome. Níger (país do continente negro) lidera o campo da fome extrema, representando 5 a 10% da totalidade. É necessária uma intervenção rápida a nível internacional para ajudar este país que está à beira da maior das catástrofes a nível alimentar. É graças a uma seca de grandes proporções, que o país se encontra neste estado lastimável, assim como, foi afectada por uma praga de gafanhotos que provocam a morte directa do ser humano, a não ser que se ingira um qualquer alimento para saciar o que há muito tempo exite - a fome. Mais preocupante ainda é verificar que este país só tem capacidade para forneer calorias apenas 8 ou 9 meses do ano, tendo que nosrestantes meses recorrer-se ao exterior do país, ficando os preços à merçê da Bolsa de Alimentos em Chicago, país este onde se negoceiam os custos das matérias-primas. Infelizmente não é só Níger um país preocupante, muitos outros países do território africano relatam que a crise é crónica. Temos, então, como exemplos críticos, Angola, Somália, Etiópia, Moçambique, países exemplares que mostram uma situação de emergência alimentar entre 1986 e 2004.

Em África, a má nutrição silenciosa é um tipo de fome que não chega a ser extrema mas acaba por matar igualmente.

O que incrivelmente surpreende, é o paradoxo da morte, por um lado morre-se principalmente de fome nos países subdesenvolvidos, enquanto que nos países mais desenvolvidos morre-se por obesidade (indivíduos excessivamente gordos com o ventre proeminente).

Como se não bastasse, o Painel Internacional sobre as Alterações Climáticas aponta África como o continente onde o aquecimento global se verifica mais vulnerável, prevendo-se o aumento das secas, inundações e também escassez de água em cerca de 25 países, acabando estas catástrofes naturais por prejudicar principalmente a agricultura. Segundo o relator especial da ONU: “ Há comida suficiente no mundo para alimentar o dobro da população existente, o que faltam são soluções políticas”.

Aos países que sofrem fome, era mais viável enviar professores, engenheiros e regentes agrícolas, do que sacos de trigo, porque para curar este mundo de flagelo que é a fome, é preciso lutar contra as causas profundas, ou seja: a ignorância, a falta de quadros e de elites, e também a insuficiência de capitais e equipamento. “Não dês o peixe, empresta a cana e ensina-o a pescar”, é uma sabedoria popular bastante enriquecedora não só a nível cultural mas também educacional, que se adapta perfeitamente bem a este tema trágico.

Para desenvolver a economia dos países pobres e trabalhar na sua modernização, não basta enviar-lhes tractores ou instalar algumas indústrias-tipo, equipadas conforme as exigências das técnicas mais recentes, mas importa tanto, se não mais, preparar o meio humano, instruí-lo, formá-lo, tornando-o apto a beneficiar da civilização moderna. E nesta tarefa mostra-se geralmente mais demorada e mais delicada.

Em Maradí, zona esta que faz quase fronteira com a Nigéria é das regiões mais castigadas, no que toca ao campo da fome. O hospital acolhe quase 300 crianças com idades inferiores a 5 anos, sendo estas distribuídas em tendas consoante o grau de má nutrição. As enfermeiras controlam e observam o peso das crianças para as poderem encaminhar por diversas tendas. A primeira fase de urgência, é a fase mais crítica e é nesta que as crianças recebem 8 rações diárias, estas rações são um preparado de leite e vitaminas. Aí, quando as crianças excedem os 7,5 kg durante 2 dias são consideradas recuperadas e são, então, enviadas de novo para casa. É nesse momento que estas recebem uma pasta de amendoím e vitaminas para a sua sobrevivência.

A mortalidade infantil é muito elevada nos países subdesenvolvidos, as estatísticas mostram que em certas regiões africanas, metade das crianças morrem antes da idade dos 5 anos, como anteriormente fora dito. Existe uma forma de carência alimentar, conhecido pelo nome de Kwashiorkor, que causa devastações particularmente importantes entre as crianças de tenra idade. Vê-se a criança inchar com edemas, os cabelos ficam secos encarniçados, emagrece e deixa de crescer. Por vezes, a pele altera-se por placas e pigmenta-se, tem o ventre pendente, fica triste, apática, anémica e acaba por morrer. A criança não sofre desta doença enquanto é alimentada ao seio materno, o que por vezes se prolonga em África até à idade de 16 ou 18 meses.

O auxílio a nível exterior do país , não só em termos monetários como também técnicos é necessário e principalmente desejável, mas sempre a título de complemento, pois este auxílio não pode substituir o esforço nacional.

Assim sendo, um africano dizia o seguinte a uns determinados homens franceses:

  • O que nós desejamos não são sobretudo os créditos, os investimentos, mas que voçês ensinem aos Africanos a criarem eles próprios a riqueza que lhes é necessária”.

A título conclusivo, seria pertinente deixar uma frase que irradia de tristeza:

  • No tempo que demora a ler esta frase, desde o princípio até ao ponto final, terão morrido, pelo menos, quatro pessoas de fome - ou em consequência da má nutrição - no mundo”.



Curiosidades no Mundo


  • 1,1 bilião de pessoas vivem na pobreza, destas, 630 milhões são extremamente pobres, com renda annual bem menor de 275 dólares;

  • 1,5 bilião de pessoas não têm água potável;

  • 1 bilião de pessoas passam fome;

  • 150 milhões de crianças subnutridas com menos de 5 anos;

  • 12,9 milhões de crianças morrem a cada ano antes dos 5 anos de vida.



Causas da Fome Crónica e Desnutrição


  • Pobreza;

  • Distribuição ineficiente dos alimentos;

  • Reforma agrária precária;

  • Crescimento desproporcional da população em relação à capacidade de sustentação.



Fontes:

Revista Visão, 2005

Os países da fome - Noël Drogat S. J.

Diana Moreira - Estudante


ACESSO

» Webmail
» Definir como página inicial

Publicidade

TEMPO EM AVEIRO


Inovanet
INOVAgest ®