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21-11-2005

O Hospital Infante Dom Pedro (Aveiro) é uma das unidades


DECO detectou bactérias a mais no ar dos hospitais

O Hospital Infante Dom Pedro (Aveiro) é uma das unidades do país com níveis de bactérias no ar superiores ao recomendado, segundo a associação de defesa do consumidor DECO.

É que um em cada dez doentes internados em Portugal sofre infecções hospitalares, segundo a associação de defesa do consumidor DECO, que identificou níveis de bactérias no ar superiores ao recomendado na maioria dos 19 hospitais públicos e privados analisados.

O estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) será publicado na edição de Dezembro da revista Teste Saúde e identificou nestes hospitais microrganismos no ar que são "susceptíveis de causar infecções no homem", nomeadamente ao nível respiratório.

Os hospitais Pediátrico de Coimbra, Capuchos, São José, Curry Cabral, Egas Moniz e Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, São Teotónio (Viseu), Espírito Santo (Évora), Infante Dom Pedro (Aveiro) e São João de Deus (Montemor-o-Novo) apresentaram quantidades de microrganismos acima das 500 unidades formadoras de colónias por metro cúbico, o valor máximo defendido pela OMS para o ar interior dos edifícios.

A DECO detectou ainda "fundos e leveduras acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em quatro hospitais: Egas Moniz, SAMS (bancários), de Jesus (Lisboa) e na Maternidade Bissaya Barreto (Coimbra).

As análises da DECO resultaram de amostras de ar recolhidas entre Janeiro e Abril de 2005 em enfermarias, corredores, urgências e salas de espera dos 19 hospitais que o autorizaram.

A DECO lembra que "as pneumonias são das infecções hospitalares mais comuns, a par das infecções na ferida cirúrgica e nas urinárias".

Contudo, a associação frisa que "a presença de muitos microrganismos nocivos nos hospitais não significa que os doentes lá internados terão uma infecção".

A ocorrência de uma infecção "depende das concentrações e tipo de germe, bem como da susceptibilidade do paciente", embora exista "um risco acrescido que os profissionais não devem ignorar, até porque os doentes internados são alvo fácil destes microrganismos".

Para a DECO, as medidas de controlo actuais - a existência de uma Comissão de Controlo da Infecção em cada hospital e as normas que constam do Guia Prático sobre Prevenção de Infecções Adquiridas no Hospital, do Ministério da saúde, "não são suficientes".

A associação defende que o Governo "tire da gaveta, melhore e transforme em lei um projecto sobre a qualidade do ar dos espaços públicos que está parado há mais de dois anos".

Este projecto "visa estabelecer regras para construir edifícios e fiscalizar a qualidade do ar interior, com o objectivo de proteger a saúde", entre outros objectivos.


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