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28-09-2005

Corgo de Baixo ergue-se entre as cinzas


Anadia

Uma semana depois da aldeia serrana do Corgo de Baixo, em Avelãs de Cima, ter sido consumida pelo incêndio, que deflagrou na madrugado de domingo, dia 18, Litério Marques, presidente da Câmara Municipal de Anadia, assinalou, na última segunda-feira, o arranque da reconstrução da aldeia.

O autarca apresentou aos desalojados os projectos de três casas que serão construídas de raiz. As obras iniciaram-se, logo de imediato, com o acompanhamento dos técnicos camarários.

Obras em andamento

As moradias vão procurar manter a traça arquitectónica existente, e cada uma terá dois quartos, uma sala, cozinha, casa de banho, escritório e uma cave.

Litério Marques não pretende avançar uma data para a conclusão, que poderá estar dependente dos apoios monetários. No entanto, Armando Pereira, presidente da Junta de Avelãs de Cima, é mais optimista e, de acordo com a vontade existente, afirma que, dentro de seis meses, poderão entrar em acabamentos.

O autarca local diz que existe um grande movimento de solidariedade em torno dos habitantes do Corgo de Baixo, mas pede a todos aqueles que queiram ajudar que encaminhem os seus apoios, sempre de preferência monetários, para as contas abertas para o efeito.

Neste momento, existem três contas abertas, uma da Câmara Municipal de Anadia, outra da Junta de Freguesia de Avelãs de Cima, e uma do Jornal da Bairrada, devidamente autorizada pelo Governo Civil de Aveiro.

O edil anadiense referiu ainda ao Jornal da Bairrada que foram contactadas muitas empresas do sector da construção que vão disponibilizar materiais de construção, inclusivamente uma empresa que pretende pintar as casas na sua totalidade.

Reconstrução prioritária

Litério Marques avança que a reconstrução da aldeia é prioritária e que, desde o primeiro momento, a câmara tudo fez para ajudar os desalojados. A prova é que, passada uma semana, a câmara já apresentou um plano de construção de três casas de raiz.

Ovídio Rodrigues, António Neves e José Almeida que deram um parecer positivo aos projectos esperam, agora que as obras não parem e que, em 2006, estejam prontas.

Recorde-se que o empresário aguedense, Eleutério Costa, proprietário de uma extensa mancha florestal na zona disponibilizou-se para oferecer todas as telhas que sejam necessárias para a reconstrução das casas ardidas.

“Não importa se são 10 mil ou 100 mil telhas. Estou é preocupado com aqueles que ficaram sem casa e por isso dentro das minhas possibilidades resolvi ajudar quem necessita”, disse ao Jornal da Bairrada Eleutério Costa que explicou ainda que “depois de ter visto a desgraça que se abateu nos concelhos de Águeda e Anadia, e após ter passado no Corgo, ninguém poderia ficar indiferente a semelhante catástrofe”.

Números

14Pessoas ficaram desalojadas, quatro eram crianças, que agora terão que esperar o tempo necessário para voltarem a ter a um lar.

5Casas foram destruídas pela fúria das chamas, no entanto, apenas três serão construídas de raiz.

1 Quilómetro por minuto é a velocidade estimada, pelo presidente da Junta de Freguesia local, da propagação das chamas.


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