Belenenses (Escolas B) e Sanjoanense (Escolas A), foram os grandes vencedores do II Torneio Cidade de Oliveira do Bairro. Durante dois dias, o Estádio Municipal de Oliveira do Bairro registou um movimento inusitado de atletas, pais, emoção, magia, alegria, cor, onde não faltou o fair-play; sessão de autógrafos liderada por João Tomás; porco no espeto; entrega das faixas de campeão à equipa de juvenis; lançamento de pára-quedistas e uma organização perfeita. Foi um espectáculo inolvidável. Promoção completa O Oliveira do Bairro, com o apoio da Câmara Municipal e da empresa Levira, levou a efeito, no passado fim-de-semana, o II Torneio Cidade de Oliveira do Bairro no escalão de Escolas A e B. Dezasseis equipas (oito por escalão), em representação de 14 clubes, num total de cerca de 200 atletas, ofereceram às cerca de duas mil pessoas que passaram nos dois dias pelo Estádio Municipal o cunho que a organização pretendia: a divulgação e promoção da prática do futebol entre os jovens da nossa comunidade, como também reforçar a forte componente social que o Oliveira do Bairro representa. A formação tem sido uma aposta das anteriores direcções e é também um dos objectivos principais da Comissão Administrativa que gere actualmente os destinos do OBSC. Esta simbiose, de um ano de trabalho, dedicação de dirigentes e treinadores, transportada para este torneio, de qualidade impar, de sucesso jamais esquecido. Maratona de 36 jogos Foi uma maratona de 36 jogos. Na jornada de sábado, em Escolas A, o Vilamaiorense, no grupo A, e a Sanjoanense, no grupo B, venceram os respectivos grupos, com o Oliveira do Bairro e Anadia a deixarem excelente imagem. Os jovens Falcões empataram com o FC Porto e ganharam ao Beira- Mar, mas perderam o segundo lugar, enquanto os Trevos da Bairrada deram forte réplica aos miúdos de São João da Madeira. Em Escolas B, Belenenses ganhou o grupo A sem derrotas, acontecendo o mesmo com o Leixões no outro grupo. Mesmo tratando-se de jovens de palmo e meio, o futebol praticado foi de enorme qualidade, com alguns jogadores a revelarem técnica elevada para as suas idades. O maior exemplo veio de Diogo Maurício, do Belenenses, com um pé esquerdo fabuloso, com um hat-trick na final com o Leixões, com os matosinhenses a mostrar uma equipa que revelou talento, tal como a do Vilamaiorense. Os dados estavam lançados para o segundo dia de competição, cheio de emoção e incerteza, quanto aos vencedores, embora a jornada de grupos nos tenha deixado algumas pistas que acabaram por ser confirmadas na íntegra. Em Escolas A, num dos jogos das meias-finais, o Vilamaiorense, num jogo repleto de emoção, ganhou ao Anadia, na lotaria dos penalties, sucedendo o mesmo na final, com a Sanjoanense, mas desta vez a sorte sorriu aos de João Alves. Nas Escolas B, a superioridade evidenciada na jornada de sábado por Belenenses e Leixões seria totalmente confirmada. Na primeira meia-final, o Águeda ainda deu réplica aos azuis de Belém, mas perdeu (6-4), enquanto os bebés de Matosinhos ganhavam com facilidade ao Beira-Mar. A final foi entre dois clubes históricos do futebol português, e prendeu os muitos adeptos vindos de Lisboa e Matosinhos, e daria ainda mais brilho ao torneio. Aliás, sem desrespeito por outros apoiantes, os do Belenenses e Leixões, sobretudo pelos primeiros, foram de uma simpatia inigualáveis. O Belenenses, muito à custa da magia de Diogo Maurício, ganhou com relativa (4-1) facilidade. Uma palavra para as prestações do Bustos e Barroca. Se, na fase de grupos, não conseguiram qualquer ponto, no apuramento dos 7.º e 8.º lugares, o jogo foi frenético, cheio de golos, com vitória (7-4) dos bairradinos. Mas, neste tipo de torneios, ninguém perdeu. Todos ganharam, na entrega, simpatia, no convívio, numa imensa dose de fair-play. Organização sem mácula Ninguém, mas mesmo ninguém, deixou uma palavra fria sobre o torneio. A organização foi de uma qualidade acima da média, comungada por jogadores, treinadores, dirigentes, pais, entidades presentes. Manuel Neto, um dos decanos do futebol juvenil, coordenador da formação do Barroca, disse: “Há trinta anos que estou no futebol, já corri diversos torneios, este para mim foi o melhor”. Difícil expressar o sentimento de todos, mas o torneio, desde a organização do OBSC, tendo à cabeça Rui Santos e José António, que não deixaram escapar nenhum detalhe, como cumprimento dos horários dos jogos, balneários, divididos pelo estádio, campo S. Sebastião, pavilhão e Escola Secundária, que serviu os almoços, como no campo desportivo e social, só tem uma palavra: excelente. A Comissão Administrativa também não deixou nada ao acaso. O porco no espeto, servido no sábado, deliciou os adeptos bairradinos e os forasteiros. Na jornada futebolística de domingo, quatro pontos altos inseridos dentro do próprio torneio. A entrega das faixas de campeão distritais à equipa de juvenis, que subiu da segunda para a primeira divisão, um acto que não deixou indiferente o público, atletas e dirigentes, onde se viu muita gente com uma lágrima ao canto do olho. A presença de João Tomás, internacional português, e jogador do Braga, para uma sessão de autógrafos, ele que esteve acompanhado nesse cerimónia por três atletas seniores do OBSC, Paulo Costa, Tó Miguel e Dany, encheu de interesse e curiosidade a ganapada e não só. Depois das finais, o lançamento de quatro pára-quedistas, do Pára Clube da Maia, que aterraram em pleno relvado com as bandeiras de Portugal, do Município, do OBSC e da Levira, deram ainda mais colorido ao torneio. Uma palavra para a qualidade demonstrada pelos quatro árbitros que apitaram os jogos. Joaquim Coelho, Ângelo Pascoal, Ivo Sá e José Valente estiveram irrepreensíveis na arte de apitar. Quando assim é, só temos que lhe dar os parabéns. A despedida, com a cerimónia da entrega dos prémios, que contou com a presença de Acílio Gala, Leontina Novo, Alberto Ferreira, Henrique Tomás, Vítor Sampaio e atletas convidados, o desfile de encerramento foi um momento único, cheio de grande nostalgia, ao som da música Weare The Champions, dos Queen. Quem parte leva saudades, quem fica saudades tem. Este torneio já é uma saudade.
Manuel Zappa |