O evento marcou o arranque da campanha dos socialistas anadienses para as Autárquicas que se aproximam, devendo ficar concluída com uma série de iniciativas e apresentações (às freguesias) que terão lugar durante os próximos meses.

“Respirarmos a liberdade no seu estado mais puro?”

O jovem candidato tem apenas 32 anos de idade e defendeu ser “urgente mudar”, nomeadamente “adoptar uma gestão moderna que permita efectivar a mudança que o concelho tanto necessita”.

Para Lino Pintado, que exerce advocacia em Anadia “é necessária uma mudança que nos traga desenvolvimento sério, sustentado e equilibrado, um desenvolvimento qualitativo e não quantitativo”, defendendo ainda que “não basta a construção de equipamentos se eles não se inserirem na vida da comunidade”.

O candidato à autarquia anadiense anunciou ainda que a renovação deverá ser baseada “na implementação de uma política mais humanista, mais virada para as pessoas”, considerando ainda “ter chegado a altura de se fazer sentir ao povo deste concelho que têm o direito de participar mais activamente na construção de uma realidade que visa unicamente o seu bem estar e a sua qualidade de vida”.

As grandes bandeiras

Assim, como grandes bandeiras da sua candidatura apresentou a necessidade de ultrapassar alguns problemas que enfermam Anadia, nomeadamente “os problemas sociais que temos e que parecem escondidos”, nomeadamente os que afectam os jovens e os idosos, defendendo ainda a necessidade de “fixar população jovem em Anadia”, até porque, como explicou, “o concelho está muito envelhecido. Há que apoiar a população idosa em crescendo e há, acima de tudo, que chamar população jovem para Anadia”, até porque, como referiu, “quero que as pessoas se sintam felizes por viverem em Anadia” e que “vejam em Anadia um concelho com dinâmica e vida própria e não apenas como um dormitório de outros centros urbanos”.

Desta forma, Lino Pintado considera imperioso “compreender as angústias para melhor responder àquilo que procuram”.

Por outro lado, apresentou ainda como áreas prioritárias “o incentivo à instalação de mais indústria no concelho” que poderá ainda funcionar como um meio de fixar mais quadros jovens, considerando ainda fundamental que “esta matéria (desenvolvimento industrial) não colida com o ambiente. Daí que defenda em matéria ambiental “até porque, nesta matéria, o concelho de Anadia deixa muito a desejar”, pretenda solucionar questões que considera graves e crónicas: “recolha ineficiente de lixos, floresta suja e maus cheiros localizados”, apenas “alguns dos exemplos dos tiros no pé de um concelho que dada a sua riqueza em recursos hídricos termais e a qualidade do seu vinho ao que se junta uma paisagem que tanto nos orgulha tem condições para se transformar num pólo de atracção para o turismo, defendendo ainda que “atrair o turismo deve passar também pela dinamização cultural do concelho” que a seu ver “é manifestamente insuficiente”.

Lino Pintado diz mesmo que “a dinamização cultural tem de ser uma prioridade” até porque “é através da cultura que os povos assumem uma identidade. É a cultura que ajuda a moldar o carácter e a personalidade e que fomenta o conhecimento”, o que passará obrigatoriamente “pelo apoio às instituições mais representativas do concelho”

Natural de Anadia, Lino Pintado foi já presidente do Anadia Futebol Clube, entre 2000 e 2004. Embora tenha reconhecido algumas dificuldades na conquista da autarquia, acrescentou que “chegou a hora de respirarmos a liberdade no seu estado mais puro, sem vestígios de interesses e compromissos estranhos ao bem comum”.

Fazer acreditar no programa do PS

Também Alberto Souto, presidente da Federação Socialista de Aveiro, está convicto na vitória do PS em Anadia, pois como explicou “embora vá ser um trabalho difícil, o desafio é maior e possível, uma vez que os resultados nas Europeias e nas Legislativas dão provas de que o eleitorado está predisposto a votar no PS”, destacando ainda que para tal “é preciso fazer a população acreditar no programa do PS” para que a vitória seja uma realidade, sublinhando ainda a experiência e sabedoria do candidato à Assembleia Municipal: “cabe, agora, às gentes de Anadia perceberem que é preciso mudar”.

“Alternância política é necessária”

O anadiense Manuel Maria Cardoso Leal, ex-secretário de Estado da Produção Agro-Alimentar entre 1995 e 1998, é, sem dúvida, um dos pontos fortes da candidatura socialista. O candidato que já fez parte do poder central e deixou bem claro que "há demasiado tempo o concelho de Anadia é governado pelo mesmo núcleo de poder que acaba por ceder às tentações", sendo, por isso, ”urgente mudar".

Para o ex-governante “a alternância para além de salutar é necessária em Anadia onde ao contrário dos concelhos limítrofes nunca aconteceu”, questionando se Anadia tem ganho com isso: “vejo concelhos vizinhos com desenvolvimento e progresso de fazer inveja. Anadia ficou para trás, está num marasmo”, considerando fundamental e imperioso “convencer o eleitorado de que a alternância política é necessária, que o nosso programa e projectos são os melhores para os destinos de Anadia”.

Também Rui Marinha, presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Anadia defendeu que “se tratam de duas candidaturas para a viragem”, ou seja “para colocar no poder uma equipa que trabalhe pelo desenvolvimento do concelho, mudando o rumo do concelho, assim como foi possível (em boa hora) mudar o rumo do país”. Rui Marinha está empenhado em “dar a volta ao concelho”, pois considera “insustentável continuar a assistir, ao que assistimos, todos os dias”.

Catarina Cerca