Em conferência de imprensa daquela estrutura sindical afecta à CGTP-IN, Joaquim Almeida reportou-se a dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) relativos a Março, para salientar que houve um aumento de 11,16 por cento de desempregados no distrito, quando feita a comparação com igual período do ano passado, enquanto a média no Continente foi de 2,54 por cento.

"Face à persistente evolução negativa do desemprego, exige-se das entidades locais e do governo uma urgente abordagem específica da situação no distrito", declarou.

Joaquim Almeida justificou uma atenção especial ao que se está a passar no distrito de Aveiro pela predominância de pequenas e médias empresas que têm problemas específicos.

As características do tecido industrial de Aveiro explicam também que "as rescisões por mútuo acordo" estão a ser um dos principais factores do desemprego local, o que, para Joaquim Almeida, na prática "são despedimentos individuais e colectivos claramente ilegais".

Reconhecendo que, entre Fevereiro e Março deste ano, houve uma ligeira redução do desemprego, o que relaciona com a diminuição de situações de pré-reforma, o dirigente sindical salientou que "o distrito encontra-se em mudança acelerada do ponto de vista económico e social, que se reflecte em várias áreas, mas onde o imparável aumento do desemprego e da precariedade assumem a expressão mais perturbadora".

A agravar a situação, empresas de dimensão considerável anunciam despedimentos próximos, como a Yazaki Saltano, a Philips, a Universal Motors e a Cardifil, além de outras de menor expressão, correspondendo a mais 1.260 trabalhadores que irão ficar sem trabalho.

Quase metade do desemprego no distrito de Aveiro afecta jovens com menos de 35 anos e as mulheres continuam a ser as mais atingidas, correspondendo a 60 por cento dos desempregados registados.