Falando na Universidade de Aveiro, num seminário sobre "Violência Doméstica: Educação para a Saúde", a especialista considerou que o tema deve ser tratado ao mais alto nível da governação, porque é uma questão de direitos humanos e deixou no ar a interrogação sobre as vantagens de ter sido transferida a tutela da Presidência do Conselho de ministros para o Ministério da Segurança Social.

Os últimos dados conhecidos, tendo por base as queixas apresentadas na GNR e PSP durante o ano 2000, apontam para 11.765 casos anuais, cujas consequências foram realçadas por Teresa Rosmaninho: "Há um preço a pagar no presente e um trauma que passa de geração para geração".

Esse preço, segundo a oradora, além de social é também económico e penaliza o próprio Estado, já que a violência doméstica tem reflexos no absentismo, nos tratamentos médicos e subsídios por doença, no insucesso escolar, nos custos do aparelho policial e judiciário e na reprodução da violência.

O investimento na prevenção foi uma prioridade que defendeu, bem como o apoio financeiro célere às vítimas necessitadas para quebrar o ciclo da dependência económica face ao agressor, que as leva a suportar as agressões.

"Gastam-se 15 mil euros por ano com a prisão de um agressor.

Qual deve ser o investimento com a vítima", questionou.

O seminário insere-se no projecto "Estrada Larga - caminhos para famílias sem violência", realizado pelo "Soroptimist Internacional Clube Porto - Invicta".

A estratégia do projecto, que está na sua fase terminal, consiste em informar e sensibilizar directamente cerca de 24.000 pessoas sobre o problema da Violência Doméstica nos distritos de Aveiro, Porto e Braga, envolvendo alunos, professores, autarcas, técnicos e público em geral.