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10-02-2005

Portas afirma que BE não tem legitimidade para falar de ex-combatentes


Eleições

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu quarta-feira à noite que o Bloco de Esquerda não tem legitimidade para falar de ex-combatentes porque "tinha vergonha deles" e confundia-os com o antigo regime.

"Essa força radical não sabe do que está a falar quando fala dos antigos combatentes, até porque tinha vergonha deles e confundia cada soldado do Estado Novo com o antigo regime", afirmou Paulo Portas, num jantar com militantes em Oliveira do Bairro, Aveiro.

O líder do CDS-PP comentava uma acção de campanha do Bloco de Esquerda (BE), em que um popular se dirigia a Francisco Louçã acusando Paulo Portas de "querer comprar o voto" dos ex-combatentes apenas com "160 euros", apesar da poupança que diz ter feito no Ministério da Defesa.

"Vê-se mesmo que era um cidadão espontâneo", ironizou Portas, insinuando que o BE colocou propositadamente aquele popular "informado" na sua acção de campanha.

"O que esses radicais não sabem é que realmente eu poupei 23 milhões de euros na Central de Compras da Defesa, mas só em 2004 e 2005 o Estado vai gastar 30 milhões de euros para pagamentos aos antigos combatentes", contrapôs Portas, agradecendo aos bloquistas a "propaganda gratuita".

Durante um discurso de trinta minutos, perante cerca de 400 apoiantes do CDS-PP, Paulo Portas voltou a comentar o apelo do pároco da igreja de São João de Brito ao voto nos partidos que defendem a vida, lembrando a "dívida" que o Estado português tem para com a Igreja Católica.

"Digam o que disserem os senhores padres, votem onde votarem os católicos, Portugal tem para com as instituições ligadas à Igreja, do ponto de vista da solidariedade social, uma dívida que ninguém pode esquecer", sublinhou.

Portas resumiu ainda a estratégia para o progresso do país através do que chamou de "os três E da democracia: Pôr a economia a crescer, uma educação virada par ao mercado de trabalho e um bom índice ecológico de desenvolvimento - Economia, Educação, Ecologia".

No distrito pelo qual é cabeça de lista e onde o CDS-PP obteve maior percentagem de votos nas legislativas de 2002 (12,8 por cento), o líder democrata-cristão apontou Aveiro como o exemplo de como o país deve ser e lembrou a meta do partido de eleger o terceiro deputado por este círculo.

Antes, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Acílio Gala, foi mais longe do que a ambição do presidente do CDS-PP quantos aos resultados nacionais a 20 de Fevereiro - "mais de 10 por cento dos votos" - e pediu um regresso aos 16 por cento obtidos nas primeiras legislativas, em 1976.

"Se foi possível consegui-lo há 30 anos, porque não havemos de consegui-lo agora? É uma meta que está ao nosso alcance", sustentou o autarca, que se referiu a Paulo Portas como "o grande timoneiro do CDS- PP", usando a expressão atribuída ao líder histórico do partido comunista chinês Mao Tse Tung.

Acílio Gala apelou à participação eleitoral dos moradores de Oliveira do Bairro e fez ainda um trocadilho, apelando aos militantes para darem "força" ao "timoneiro".

"C, com, D, derrota, S, Sócrates. Com a derrota de Sócrates, quem é que ganha? O PP de Paulo Portas", exclamou.


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