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16-03-2018

Ministro da Economia visitou o Complexo Químico de Estarreja.



O Complexo Químico de Estarreja (CQE) recebeu a visita do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, para conhecer de perto a relevância deste cluster da indústria química nacional e as oportunidades e desafios para a sua competitividade.

Na visita que decorreu esta semana, na terça-feira, dia 13 de março, o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja aproveitou a presença do governante para “dar conta da realidade e sensibilizar para os nossos problemas”.

Considerando “o Complexo Químico como essencial no panorama económico e social da região e do país”, Diamantino Sabina partilhou com o ministro as preocupações ligadas ao “preço elevado dos custos de contexto, como a energia, o que obriga as empresas a reinventarem-se para serem competitivas” e ainda à “falta de mão-de-obra qualificada”, prevendo um cenário “gravoso”, tal é a ausência de trabalhadores especializados que respondam às necessidades das empresas. Para o autarca “é essencial que se aposte na formação profissional, para que não seja o parente pobre do ensino em Portugal”.

O Ministro da Economia assegurou que o Governo está empenhado em reduzir os custos de energia, trabalho já com resultados visíveis. “Este Complexo Químico é um dos maiores exportadores nacionais e é isso que queremos que continue a ser”, garantiu Manuel Caldeira Cabral. Apesar do “setor muito exigente em termos tecnológicos e muito forte”, o CQE posiciona-se com uma “referência em termos de competitividade”.

O governante evidenciou que os preços da energia terão uma descida em 2018, o que “não acontecia há 18 anos”, estando o governo a trabalhar em várias frentes incluindo na descida das tarifas de acesso. Deu também nota dos esforços desenvolvidos ao nível da formação profissional acrescentando que “temos que acelerar as condições de base”. Outro desafio diz respeito à “atração dos jovens que saíram de Portugal”.

Composto pelas empresas CUF, Air Liquide, CIRES e Dow Portugal, o CQE é um site de produção petroquímica de ponta, que desempenha um papel determinante na economia portuguesa, especialmente na economia regional, nomeadamente para o município de Estarreja e para a região de Aveiro. Garante quase 500 postos de trabalho diretos, 418 milhões de euros de exportações e 209 milhões de euros para a balança comercial.

A visita teve início na fábrica da CUF, tendo o Ministro sido recebido por João de Mello, CEO da empresa: “A CUF, tal como as restantes empresas do CQE, tem realizado uma forte aposta em inovação e eficiência. Esta aposta é fundamental para conseguir mitigar, ainda que apenas parcialmente, os custos de contexto onde o Complexo Químico de Estarreja se vê em desvantagem face aos grandes complexos petroquímicos europeus. Entre estes custos, destaca-se a energia, onde as tarifas para grandes consumidores são substancialmente superiores a outros países europeus, dificultando investimentos adicionais e colocando desafios à manutenção dos empregos, exportações e valor económico global gerados neste Complexo”.

Jon Bilbao, Diretor Geral da Dow para Portugal e Espanha referiu que “recentemente, ultrapassámos a capacidade nominal de produção e seguiremos investindo em melhorias tecnológicas para responder às necessidades do mercado e dos clientes, mantendo altos padrões de segurança e sustentabilidade”. A fábrica de Estarreja possui “tecnologia de ponta para a produção de PMDI, matéria-prima fundamental para a indústria dos poliuretanos”.

Para Cristina Ballester, Diretora Geral da Air Liquide para Portugal e Espanha, o compromisso da competitividade “encoraja-nos a continuar a trabalhar no desenvolvimento de projetos que, graças à inovação e a um espírito de melhoria contínua para a sustentabilidade, nos ajudam a incrementar a eficiência para que os nossos clientes do CQE alcancem as suas metas.”

Luis Montelobo, Delegado Representante do Conselho de Gerência da CIRES, salientou a estratégia da empresa de inovação tecnológica, desenvolvimento de novos produtos de maior valor acrescentado e de liderança no mercado ibérico, destacando como primordial necessidade o CQE dispor de uma infraestrutura energética competitiva em termos europeus.

O impacto total do CQE na economia nacional está muito além dos seus efeitos diretos. Estima-se que a sua atividade, direta e indireta, corresponda a cerca de 940 milhões de euros de produção, o equivalente a 0,3% do total de Portugal. Mas não só. A atividade do CQE é responsável por 3 100 postos de trabalho (0,07%) e por 287 milhões de euros de valor acrescentado bruto (0,17%) – valores estes que reafirmam a importância estratégica do CQE para a economia portuguesa.

 

 


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