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10-01-2018

“Verificamos que à medida que o tempo passa as taxas de acerto na memória olfativa diminuem” - Laura Alho.



Psicóloga forense, investigadora e escritora, Laura Alho assume que a memória olfativa é, cada vez mais, uma certeza no mundo da investigação criminal.

Depois do estudo lançado há 7 anos na Universidade de Aveiro que abre caminho ao reconhecimento policial de suspeitos através de odores, que vítimas e testemunhas retêm na memória, agora já se trabalha a qualificação de marcadores para elevar as taxas de acerto.

Laura Alho (na foto) faz parte do grupo de investigadores do laboratório de Psicologia Experimental e Aplicada da UA. Salienta que o grau de reconhecimento olfativo da vítima em relação aos odores quer do agressor, quer do ambiente é um auxiliar da prova visual com dados de acerto que podem chegar aos 75%.

A investigadora lembra que cada indivíduo possui um odor corporal único que funciona como uma impressão digital e que dessa forma é possível reduzir a margem de erro na avaliação dos casos.

O trabalho de Laura Alho, orientado por Sandra Soares e Carlos Fernandes da Silva (investigadores do PsyLab) e Mats Olsson, cientista do Instituto Karolinska (Suécia), está na fase de testes no terreno transportando esta técnica do laboratório para os cenários de investigação. Sete anos depois do arranque trabalha-se a qualificação dos modelos.

Apesar do grau de fiabilidade, Laura Alho admite que se trata de uma ferramenta que vai ajudar a qualificar a prova que, em muitos casos, assenta no testemunho ocular. O testemunho olfativo não tem enquadramento legal.

Entrevistada no programa “Conversas”, Laura Alho admite que este é um caminho recente e longo para percorrer (com áudio).

 


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