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04-01-2018

“É fundamental criar uma dinâmica de atração de talento também na área da Saúde" - Reitor da UA.



A área da Saúde continuará na agenda da Universidade de Aveiro nas mãos da próxima Reitoria e será elo de aprofundamento da ligação à região.

Manuel Assunção define essa aposta como estruturante para o futuro. O Reitor lembra que havia conhecimento instalado e uma parceria que vai ajudar a potenciar esse campo com a aposta da UA, do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, com a Câmara Municipal de Aveiro, com a Universidade Nova de Lisboa e com a Administração Regional de Saúde do Centro.

“É fundamental criar uma dinâmica de atração de talento também na área da Saúde, porque é o talento que faz sempre a diferença. Quando referimos talento nesta área pensamos logo em melhores profissionais de saúde. A criação de sinergias entre o Centro Hospitalar do Baixo Vouga e a UA em que, a par do ensino, possamos também contribuir mais fortemente para a investigação pré-clínica e clínica é essencial. Com a possibilidade dos profissionais de saúde lecionarem na UA e colaborarem nos nossos projetos de investigação, com a possibilidade dos profissionais da UA irem ao Hospital e inscreverem a sua ação nessas frentes de investigação, com certeza que conseguiremos estar mais perto dessa dinâmica e sinergia desejadas”.

Revela que a ampliação do hospital é parte dessa estratégia. “É um instrumento importante nesta trajetória de colaboração que o Programa Mais Conhecimento Melhor Saúde pressupõe. Com essa expansão permitir-se-á haver um reforço da capacidade do ambulatório e uma dotação do Hospital com instalações dedicadas à prática do ensino e da investigação”.

Em entrevista à revista da UA, o Reitor que se prepara para deixar o cargo assume que o aproveitamento de fundos comunitários tem sido exemplar.

“Houve uma preocupação com a manutenção e melhoria do parque científico da Universidade – um investimento em infraestruturas científicas novas ao nível do que melhor existe no mundo e na modernização do equipamento já existente – que foi feito com o recurso a receitas próprias e com a ajuda fundamental de fundos europeus. Fomos a Universidade que per capita mais sucesso teve na captação de financiamento europeu e a segunda em valor absoluto para este efeito”.

Manuel Assunção fala em reconhecimento nacional mas com repercussão internacional. “Temos uma Universidade reconhecida e líder em várias áreas a nível nacional. É uma Universidade que serve muito bem a região e o país, que tem um reconhecimento internacional. Tem um ambiente físico e humano muito, muito bom e, portanto, é uma Universidade que tem uma capacidade muito consolidada, uma competitividade assinalável. Penso que temos todas as condições para continuarmos a fazer bem e, quem sabe, ainda melhor para sermos mais úteis à sociedade a que pertencemos”.

Na entrevista destacou ainda o modelo fundacional na evolução registada e revela que não há receios pela escolha feita.

“As vozes sobre os medos do estatuto fundacional não têm, do meu ponto de vista, nenhuma razão de ser. Não há nada que pudéssemos ter feito, se não fossemos Fundação, que não fizemos enquanto Fundação e houve várias coisas que fizemos por sermos Fundação, que não teríamos feito se o não fossemos. Esta é a realidade dos factos”.

A ativação do Parque da Ciência e Inovação no primeiro trimestre de 2018 é a próxima marca da UA na região. Espaço que permite ligar o conhecimento e o tecido empresarial.

“O PCI é um projeto que vem do mandato anterior aos meus e que tem, desde logo um grande valor simbólico porque envolve 19 entidades de variadíssima índole. Para além da própria UA, estão envolvidos no projeto do PCI a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, com os respetivos 11 municípios, empresas, instituições financeiras e associações empresariais, num projeto que tem uma capacidade agregadora e integradora. Constitui um instrumento por excelência para fazer a extensão da atividade da UA em projetos de investigação aplicada, de desenvolvimento e de inovação com vários parceiros potenciais”.

Com a ampliação do hospital e a ativação do PCI o Reitor diz que está aberto um corredor alargado de conhecimento.

“O PCI vai ser contíguo ao próprio campus. Se pensarmos na expansão do Hospital Infante D. Pedro e na relação mais estreita na área da Saúde entre este Hospital e a própria UA, podemos facilmente visualizar um contínuo desde o atual Estádio Mário Duarte até ao extremo do PCI. Ao todo estamos a falar de uma área de mais de 150 hectares que podemos facilmente conceber como um cluster fortíssimo de inovação, um autêntico campus de inovação, para Aveiro, para a região e para o país”.

O Reitor define como linha de futuro da academia e dos seus agentes “ser cada vez mais relevantes na resposta aos grandes desafios que se colocam à sociedade”.

 


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