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20-01-2005

Recandidatura, só se for para fazer obra


Vilarinho do Bairro

Mário Heleno vai no seu segundo mandato à frente dos destinos da freguesia de Vilarinho do Bairro e fez a JB um balanço positivo do trabalho realizado pela autarquia, embora se sinta um pouco “frustrado” por não poder realizar todas as obras que reconhece serem importantes para a freguesia, equacionando uma eventual recandidatura, “mas só se for para fazer obra”, caso contrário, “nestas condições, não fico”.

POUCO DINHEIRO E MUITAS OBRAS “INADIÁVEIS”

O autarca Mário Heleno é um “repetente” nestas andanças da política, que está a completar o seu segundo mandato à frente de uma das maiores freguesias do concelho de Anadia. O balanço, embora positivo, deixa alguns alertas e lamentos face ao muito trabalho que ainda não realizou e que sente necessidade de avançar, por forma a cumprir o que se propôs aquando da sua candidatura.

O autarca admitiu mesmo que “temos trabalhado o que nos é possível, uma vez que o dinheiro não abunda”. Por outro lado, sublinhou que “a freguesia é grande e temos muitas despesas com a limpeza”. Mário Heleno referia-se, em concreto, ao facto de ter, durante este mandato, comprado muita areia, manilhas e cimento, para levar a cargo uma das obras que considera “inadiável” - o cimentar de todos os arruamentos do cemitério de Vilarinho do Bairro. Uma obra que ainda não está concluída (vai a metade) tendo a autarquia gasto já mais de 600 sacos de cimento, numa obra em relação à qual a Câmara Municipal apenas comparticipou com cem sacos e onde já foram gastos mais de seis mil euros. Até à sua conclusão, Mário Heleno admite gastar 20 mil euros, pois, como referiu, “o cemitério é muito grande”.

Com um orçamento a rondar os 148 mil euros, dos quais 20 mil euros dizem respeito ao subsídio atribuído pela Câmara aos estabelecimentos de ensino da freguesia, restam-lhe apenas 120 mil euros para obras, verba que considera “insuficiente”, face a uma freguesia grande, com 15 lugares e com muitas carências.

Um pouco “frustrado” por ainda não ter conseguido colocar em marcha todas as obras e beneficiações que entende serem necessárias e urgentes, avança que “estou aqui e gosto de trabalhar e ajudar a desenvolver a minha freguesia, contudo, por falta de meios financeiros avançamos muito lentamente”.

Até ao final do mandato, uma das suas prioridades vai para os arranjos urbanísticos dos largos da freguesia que gostaria de ver rapidamente concluídos, tal como acontece com o Largo da Casa do Povo de Vilarinho do Bairro que se encontra já em fase de conclusão, faltando apenas a colocação de algumas árvores, mobiliário urbano e iluminação em relação à qual todas as infra-estruturas necessárias estão concluídas.

Números de polícia

Com um Plano de Actividades extenso, o autarca fala ainda da intenção de fazer avançar, durante este ano, com a atribuição dos números de polícia em toda a freguesia. Um trabalho moroso e complexo que poderá começar ainda durante este primeiro semestre de 2005.

De igual forma, Mário Heleno reconhece a necessidade de cimentar as valetas de todos os lugares da freguesia. Uma tarefa difícil, mas que daria uma outra dignidade aos lugares, acabando, de vez, com o problema das ervas, mato e porcaria junto às casas.

O autarca avançou ainda a JB a intenção de realizar várias obras pelos inúmeros lugares da freguesia. Assim, para Chipar de Baixo a autarquia pretende”concluir os passeios junto ao campo de futebol, recinto de festas e zona de lazer. A obra já está em curso, (as guias estão todas colocadas) e deverá ficar concluída dentro de dois meses”, avançou. Já em Chipar de Cima, o adro da Capela de Stª Marinha vai ser alvo de uma cuidada beneficiação que inclui pavimentação do recinto, colocação de nova iluminação e mobiliário urbano. Para este local está ainda previsto a plantação de novas árvores uma vez que as anteriores foram arrancadas num processo polémico que acabou na barra do tribunal.

Já nas Vendas de Samel, Mário Heleno gostaria de cimentar as valetas. Uma obra que só poderá avançar com a colaboração da Câmara Municipal, enquanto que, em Samel, com o lavadouro e fontanário recuperados, a prioridade vai para a limpeza e poda das árvores.

Na Azenha, o Plano de Actividades prevê o arranjo paisagístico junto ao lago, onde o espaço envolvente será relvado, enquanto que a zona envolvente ao cemitério da Ribeira poderá vir igualmente a ser “alindada”. Mário Heleno reconhece que o local precisa de uma intervenção, mas também esta irá aguardar e fica dependente da disponibilidade financeira.

Em Banhos, o Plano de Actividades prevê a execução de um projecto que visa a construção de um lavadouro e fontanários novos que vão substituir os velhos. Para já, este será o melhoramento possível, pois, como nos revelou, “para o local tinha pensado um projecto muito maior e que implica a construção de um lago (uma vez que no local existe uma nascente), a construção de um amplo estacionamento e o embelezamento de todo o espaço envolvente a esta emblemática Capela que, de ano para ano, recebe mais peregrinos e devotos.”

Já em Pedreira de Vilarinho, o arranjo urbanístico do largo está para concluir. No local deverão ser colocadas árvores, relva, mobiliário urbano.

Caixa

Grandes lacunas: caminhos agrícolas e saneamento

O autarca de Vilarinho reconhece ainda que neste seu mandato existe uma grande lacuna que se prende com a manutenção e recuperação de caminhos agrícolas. Um melhoramento muito necessário mas difícil de executar dado os custos elevados do mesmo. Mário Heleno explicou a JB que, embora a autarquia se tenha candidatado a um programa específico para este tipo de obras, ainda não tem conhecimento se será ou não contemplada. Fica assim a promessa: “caso a candidatura seja aprovada e a verba seja disponibilizada, vamos dar uma grande volta a esta matéria na freguesia”. Isto porque, como explicou: “presentemente, este trabalho só é feito ao sábado e a autarquia tem de pagar a máquina, o pessoal, o material, enfim, tudo, o que só é possível mediante a nossa disponibilidade financeira. Para já, vamos arranjando os piores.”

Já em matéria de saneamento, ele é inexistente nesta freguesia, existindo apenas a promessa da Câmara Municipal que é uma obra para 2005. Uma obra da qual está também dependente a beneficiação dos arruamentos da freguesia. Mário Heleno reconhece que algumas vias se encontram em muito mau estado, mas que o seu alcatroamento só será possível após a colocação de saneamento. Daí entender que as obras de saneamento deveriam começar nas ruas em pior estado por forma a estas poderem ser primeiro alcatroadas.

Também sem uma zona industrial, o autarca de Vilarinho reconhece que esta situação não ajuda a fixar jovens na terra. Daí entender ter chegado a altura de fazer sair do papel a zona industrial.

Para tal a Câmara Municipal deveria começar a adquirir alguns terrenos e dar início às infra-estruturas necessárias para a criação de “uma pequena e não poluente zona industrial, onde muitos jovens e empresários se poderiam instalar”, criando alternativas.

Destaque

NOVA SEDE PARA A JUNTA

Uma das obras prioritárias e, que se tem arrastado no tempo, prende-se com a construção de novas instalações para a Junta de Freguesia. Uma promessa antiga que gostaria de colocar em marcha antes do final do mandato, até porque, como nos revelou, “o projecto já foi elaborado pelos técnicos da Câmara Municipal”.

A instalar no espaço onde funciona a actual Junta de Freguesia, este novo equipamento não será mais do que uma recuperação e ampliação do espaço existente, que incluirá a construção de um auditório, salas de reuniões e sanitários, por forma a tornar o espaço mais confortável e dignificante.

Orçada em aproximadamente 50 mil euros a nova Junta de Freguesia será, segundo o autarca “o reaproveitamento e ampliação de um equipamento por forma a torná-lo mais funcional e adaptado à realidade e necessidades da freguesia”.

É necessário avançar com esta obra de grande envergadura e maior visibilidade até porque esta Junta de Freguesia tem gasto muito dinheiro em obras que “não se vêem ou não têm tanto impacto, embora sejam imprescindíveis”.

AMBULÂNCIA: SONHO QUE FICA POR CONCRETIZAR, OU TALVEZ NÃO

O autarca de Vilarinho do Bairro revelou a JB um outro desejo - este mais difícil de concretizar - que se prende com a necessidade de adquirir uma ambulância para a freguesia. O autarca justifica esta necessidade pelo facto da freguesia ser grande e estar bastante distante do Hospital e Centro de Saúde de Anadia.

Sobre esta questão JB tem conhecimento que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia pretende, a curto prazo, “destacar duas unidades com as respectivas guarnições para socorro na área da Saúde, para Sangalhos e Vilarinho do Bairro”, uma vez que consideram que “a deslocação até essas localidades, sobretudo para a zona de Vilarinho do Bairro demora, no mínimo 15 minutos, sendo a taxa de sinistralidade elevada na zona, elevada, tornando-se, por isso, urgente encontrar resposta adequada.”

Aliás, estas palavras foram proferidas pelo Comandante Dias Coimbra, aquando da festa de aniversário dos Bombeiros de Anadia, no passado mês de Dezembro.

Catarina Cerca


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