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20-01-2005

Ministro reconhece dificuldades com aumento dos casos de gripe


Saúde

O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, reconheceu hoje que a rede hospitalar está em dificuldades para atender ao aumento do número de casos de gripe.

Luís Filipe Pereira, que falava aos jornalistas durante uma visita ao Hospital de Ovar, disse que o aumento de doentes com gripe "é próprio da época", mas admitiu que "todas as urgências estão com um movimento desusado".

"Em alguns casos esse movimento chega a ser 60 por cento superior ao normal, o que cria dificuldades porque não há camas suficientes, mas estamos a fazer o melhor e vamos esperar que este aumento possa terminar dentro de pouco tempo", disse o ministro.

Luís Filipe Pereira, em declarações aos jornalistas, comentou igualmente a greve no Hospital Amadora/Sintra, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos.

"Estou a acompanhar a situação porque é um hospital que está integrado na rede hospitalar. Os profissionais de saúde têm direito à greve, mas está a causar transtornos", disse.

A greve dos médicos do Hospital Amadora-Sintra, iniciada às 08:00 de hoje, obrigou ao encerramento do bloco operatório e à anulação da esmagadora maioria das consultas externas, segundo a administração hospitalar e o sindicato.

A paralisação de oito dias foi convocada para reivindicar o aumento de salários e do valor pago pelas horas extraordinárias, o que a administração da unidade contesta por implicar um crescimento de custos que considera insustentável.

O ministro aproveitou a sua primeira visita ao Hospital de Ovar, onde formalizou a aquisição de um gerador, para anunciar a aprovação de 1,2 milhões de euros para a digitalização do serviço de radiologia.

Na cerimónia, Luís Filipe Pereira enumerou "os desafios do sistema de saúde", cujas "respostas concretas se medem pelos resultados" para fazer o balanço da acção do Governo desde 2002.

Luís Filipe Pereira salientou que em 2002 a demora nas cirurgias era de cinco anos e meio, quando hoje é de 8,7 meses, e adiantou que então não havia praticamente genéricos enquanto hoje estes medicamentos correspondem a 10 por cento do consumo.

"Não basta fazer bons discursos. É preciso actuar e medir os ganhos, que é o que estamos a fazer", declarou, lembrando ainda a aprovação da Lei da Gestão Hospitalar, a gestão empresarial dos hospitais públicos, a reorganização dos centros de saúde e a criação da rede de cuidados continuados em parceria com os sectores social e privado.


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