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22-11-2016

"As oportunidades na era digital estão para políticos transparentes que não dizem uma coisa e fazem outra" - Luís Paulo Rodrigues.



O jornalismo passa por momento difícil mas não morre e vai voltar a ganhar o seu lugar nas sociedades modernas assente no trabalho de investigação.

Paulo Faustino, professor da Universidade do Porto, editor e presidente da International Media Management Académica Associativo, admite que os tempos são de desafio em que a cultura instalada exige mais rapidez muitas vezes sem verificação de informação. Mas tal como aconteceu com outras áreas que se consideraram afetadas pela internet também o jornalismo vai voltar a estar a moda (com áudio).

Declarações numa tertúlia realizada na Casa de Santa Joana numa iniciativa do grupo UNAVE sobre riscos e oportunidades da comunicação na era da internet e da globalização.

Luís Paulo Rodrigues, autor da obra “Comunicação: riscos e oportunidades”, assume que a voracidade de chegar mais depressa e mostrar o que está a acontecer leva muitas vezes a pisar a linha. Considera que o estado tem obrigações por via das empresas públicas de comunicação para que a visão comercial não prevaleça sobre regras elementares.

“Há que ter critério. Não podemos por tudo e por nada estar em direto e não podemos dar diretos sobre o nada. Há responsabilidades do Estado. A RTP não tem que concorrer com outras televisões. Não tem que estar em direto só porque a SIC ou a TVI estão em direto”.

Este investigador diz que a Internet ajuda uma comunicação que seja transparente e verdadeira. Faz apelo a valores que mais facilmente são escrutinados pelo grande público com o cruzamento de informação.

“As oportunidades na era digital estão para políticos transparentes que não dizem uma coisa e fazem outra, estão para marcas transparentes que informam os clientes, que cumprem com obrigações ambientais e têm obrigações de responsabilidade social. Nessa perspetiva a comunicação exige verdade e transparência”.

Dos jornais, em praças centrais, nas grandes cidades, até à deslocalização para zonas periféricas, num movimento que simboliza a decadência das empresas, existe a crença de que a recuperação será efetiva quando se esgotar o tempo da "volatilidade" e se der o regresso ao que é "nuclear".


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