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12-11-2004

naugurada Residência Paroquial


Arcos - Anadia

D.António Marcelino, bispo de Aveiro, inaugurou no passado domingo, a nova residência paroquial de Arcos e presidiu à eucaristia dominical que teve lugar na inacabada Igreja Matriz de Arcos. Um evento que serviu para alertar os paroquianos para a necessidade de congregar esforços no sentido de levar esta importante e imprescindível obra a bom porto, uma vez que, apesar da boa vontade de muitos paroquianos, continua, a Igreja, bastante atrasada na sua construção.

DIA DE FESTA E DE DONATIVOS

Mais de 300 paroquianos assistiram, no último domingo, àquela que foi a primeira eucaristia a ter lugar na inacabada Igreja de Arcos, em construção no Vale Santo - Anadia. Um dia de festa para a paróquia de Arcos, não só pela inauguração da nova residência paroquial, localizada no Vale Santo, junto ao Centro Cultural de Anadia, mas porque a festa pode contar com a presença do bispo de Aveiro, D.António Marcelino, que celebrou a eucaristia no interior do futuro templo, por volta das 11 horas.

Embora grandioso, o templo acabou por ser pequeno, neste dia em que os paroquianos acorreram em massa à missa. Mais de 300 pessoas assistiram (muitas de pé) à eucaristia que serviu também de apelo à solidariedade e união das pessoas de fé para que esta obra, iniciada há seis anos, seja concluída o mais rapidamente possível e colocada à disposição da paróquia.

Daí que, o ofertório solene realizado durante a eucaristia tenha rendido??????.., enquanto que a soma das barraquinhas dos comes e bebes atingiu os????????, graças também à colaboração de muitas casas comerciais que contribuíram com vários géneros (fêveras, frangos de churrasco, pão, leitão, sumos, vinhos, doces, batatas fritas, entre outros) para um evento que serviu ainda para promover o convívio entre todos.

“OPERAÇÃO DE CHARME”

Após a missa, coube a D.António Marcelino a “tarefa” de proceder à bênção e inauguração da nova residência paroquial, orçada em aproximadamente 27 mil contos, orçamento esse que inclui já os muros e arranjos exteriores.

Assim, com toda a pompa e circunstância a nova residência paroquial foi benzida perante os olhares atentos de algumas centenas de pessoas que se juntaram à festa.

O dia serviu ainda para dar a conhecer à população o futuro templo, por forma a que todos, neste contacto com a obra, ficassem cientes do esforço financeiro que é necessário fazer por forma a concluir a construção do templo que está ainda muito atrasado.

Uma autêntica “operação de charme”, mas bem sucedida (foram arrecadados?????????????) que visou assim alertar consciências e entusiasmar os paroquianos para a necessidade de contribuírem, ainda mais, para uma obra que é de todos e única no município de Anadia.

Acrescente-se que o templo e Centro Paroquial são, na realidade, uma das mais complexas e dispendiosas obras religiosas em curso no concelho, mas que tardam em estar concluídas devido às inúmeras “derrapagens” orçamentais que tem sofrido. Orçada inicialmente em cerca de 122 mil contos, na sua construção já foram investidos mais de 75 mil contos, mas insuficientes para concluir a primeira fase da obra.

NOVO CADERNO DE ENCARGOS ESTÁ CONCLUÍDO

Embora as obras tenham sido iniciadas em 1998, ainda sob a alçada do padre Vilarinho das Neves, entretanto falecido, cabe agora ao jovem padre António Torrão terminar e levar a bom porto esta árdua e difícil tarefa.

Ciente das dificuldades, reconhece o muito que ainda falta fazer (o templo não está ainda totalmente alvorado) admitindo que esta preciosa ajuda não será mais do que uma pequena gota de água num mar de necessidades. Isto porque reconhece que “a obra nasceu mal”, “num projecto elaborado de forma atabalhoada e com um elevado número de erros técnicos e omissões”.

As falhas foram tantas e tão graves que, segundo o pároco, “no caderno de encargos não estavam sequer previstos um mapa de acabamentos, a construção da torre da Igreja e a cobertura do templo”.

Assim, avançou a JB que o novo e rectificado caderno de encargos está concluído, pelo que vão agora ser pedidos orçamentos estando esperançado que as obras recomecem no início de 2005, ainda que a Comissão da Fábrica da Igreja possa ter necessidade de recorrer a um eventual empréstimo bancário.

OBRA TAMBÉM URGENTE E NECESSÁRIA

Segundo o padre Torrão, só a terceira fase da obra (residência paroquial) teve uma evolução mais feliz. Iniciada em Março de 2003 irá estar habitada pelo pároco até ao final do mês. Uma obra também urgente e necessária na medida em que a velha e degradada residência paroquial foi desactivada e vendida, por forma a suportar os encargos com a construção da nova residência.

Após a bênção da nova residência, D.António Marcelino disse a JB tratar-se de uma “casa aberta para todos e ao serviço da comunidade”, acrescentando ainda que se trata de “uma casa fundamental para a paróquia”. Uma residência de aspecto “simples, mas de bom gosto” que vem substituir uma velha e degradada residência paroquial que já não reunia as condições mínimas de habitabilidade.

Mas, D.António Marcelino considerou ainda mais importante a “casa de Deus”, “muito necessária à paróquia, mas que será dotada de todas as comodidades” (salas de catequese, auditório, capelas mortuárias, sacristia, sanitários, terraços com vista panorâmica sobre uma parte da vila de Anadia), que virá também “colmatar uma grave lacuna da paróquia”.

Embora reconhecendo a demora e atraso na conclusão desta importante obra, não deixou de lamentar terem-se registado diversas alterações ao projecto, rectificações e alguma pouca sorte com os empreiteiros que conjugados, acabou por resultar neste enorme atraso.

Por outro lado, D.António Marcelino acrescentaria que a paróquia “terá de se unir, por forma a concluir este grandioso templo”, reconhecendo que a paróquia se encontra muito dividida, com pequenas capelas em todas as terras, o que acaba por manter as pessoas afastadas deste templo que será a Igreja Matriz de toda a paróquia. Para o bispo de Aveiro “é preciso mudar mentalidades e as pessoas avançarem e convergirem todas para este tempo” que “representará a união de toda a paróquia”.

Com isto o bispo de Aveiro quis sublinhar que as populações dos lugares de Famalicão, Anadia, Alféloas, com as suas pequenas capelas, terão de se unir e deixar de lado os bairrismos e passar a pensar numa Igreja para todos. Uma mudança de mentalidades que permitirá concluir uma obra que simbolizará a união da paróquia.

AJUDA DA CÂMARA MUNICIPAL

Por seu turno, o autarca Litério Marques reconheceu a importância da obra, daí a autarquia, desde a colocação da primeira pedra, ter dado o seu contributo, sempre que solicitado, nomeadamente com os terrenos, maquinaria, pessoal técnico e topógrafos. Reconhecendo a importância do templo, avançou que é política da Câmara apoiar este tipo de instituições, tal como presentemente acontece com subsídios atribuídos, pela edilidade, para obras em curso nas Igrejas de S.Lourenço do Bairro e em Banhos.

“Também a Igreja Matriz de Anadia será ajudada”, disse, avançando ainda que “a separação da população em relação à obra prende-se também com o facto de Anadia não ser a sede da freguesia”, mas reconhece a necessidade da população se unir numa obra que se impõe.

“Uma obra grandiosa, implantada num local privilegiado, destinado a equipamentos colectivos, com excelentes acessibilidades”, diria.

Para o edil anadiense “o projecto só peca por não ter sido concebido por técnicos do concelho que estariam mais sensibilizados e conscientes das reais necessidades das populações e seriam capazes de realizar igualmente uma grande obra, mas mais modesta em espaço e em orçamento”.

Como exemplo, deu o caso do Museu do Vinho que, embora de aspecto magnífico, peca, por exemplo, pela escolha de materiais (granito) que, por não ser um tipo de pedra existente na região, veio encarecer a obra. Para o edil anadiense “devemos valorizar o que temos na região e é nosso,” reconhecendo que “os técnicos da autarquia estão já sensibilizados para esta situação.”

Sobre a obra diria tratar-se de um templo que “virá dignificar e qualificar Anadia. Uma obra muito necessária que será concluída, o mais rápido possível, calando muitas vozes que se têm mostrado discordantes.”

Catarina Cerca
catarina@jb.pt


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