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06-11-2004

Nova assembleia pode rever extinção da Orquestra


Filarmonia das Beiras

A direcção da Associação Musical das Beiras vai convocar nova assembleia geral, que poderá rever a decisão de extinguir a Orquestra Filarmonia das Beiras, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Aveiro.

Segundo disse Alberto Souto à Lusa, a decisão foi tomada após uma reunião da direcção, em que além de Aveiro participaram representantes das câmaras de Leiria, Figueira da Foz e Albergaria-a- Velha, e em que só a Câmara de Coimbra esteve ausente.

"A direcção decidiu convocar uma nova assembleia geral, para discutir o futuro da orquestra e para a apresentação de contas, pelo que tudo está em aberto", disse à Lusa Alberto Souto, acrescentando "o processo vai ser reavaliado pelo que se pode dizer que há uma luz ao fundo do túnel".

O presidente da Câmara de Aveiro passou a integrar o elenco directivo da Associação Musical das Beiras, substituindo o seu ex- vereador da Cultura, Manuel Rodrigues, que se demitiu depois de críticas públicas que Alberto Souto lhe fez, por não ter participado na reunião em que havia sido decidida a extinção da Orquestra.

"Juridicamente é possível dar continuidade à Orquestra porque não estando formalizada ainda a extinção, pode haver uma revisão de posições na próxima assembleia geral", admitiu Alberto Souto.

A decisão de extinguir a Orquestra foi tomada numa assembleia geral realizada em Coimbra, a 6 de Outubro, em que Aveiro não se fez representar, apesar de serem da cidade de Aveiro as principais entidades contribuintes, nomeadamente a Câmara Municipal, a Fundação Jacinto de Magalhães e a Universidade de Aveiro.

Na base dessa decisão esteve um conflito laboral com os músicos relativo a exigências contratuais, que os levaram a recorrer aos tribunais.

A 31 de Outubro a Câmara de Aveiro decidiu impugnar judicialmente essa assembleia geral e diligenciar no sentido de haver uma concertação entre os parceiros para darem continuidade ao projecto.

Posteriormente a Câmara de Aveiro veio a ser acusada de responsabilidades na deterioração da situação, devido a alegadas dívidas à Filarmonia das Beiras, mas Alberto Souto negou, imputando as dificuldades à desorganização administrativa daquela associação, já que os pagamentos só poderiam ser feitos mediante a requisição correspondente da autarquia, para os concertos contratados.

Em declarações hoje prestadas à Lusa, o autarca continua a defender que "o projecto está equilibrado", tendo encerrado as contas de 2003 com um saldo de 150 mil euros e "pagas as dívidas o saldo será de zero" actualmente.

Defende por isso que "não há razões para deixar morrer o projecto".

Rui Rosa, da comissão de músicos, anunciou entretanto a disponibilidade destes para retomarem a actividade e abertura para a desistência dos processos judiciais accionados, com vista a eventuais indemnizações


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