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07-09-2016

Beira-Mar regressa em 2018 ao novo estádio onde vai centralizar toda a atividade desportiva.



O Beira-Mar regressa ao Estádio Mário Duarte na época 2018/2019 dentro de dois anos ao abrigo do acordo estabelecido com a Câmara de Aveiro.

A criação de condições para a construção de campos de treino junto ao novo estádio irá ser peça importante na “permuta” que faz, ainda, referência à cedência de espaço na ala poente para a instalação de todas as secções do clube. “É uma área que não está a ser utilizada, enorme, e que poderá servir as modalidades”.

Os dois campos de relva sintética serão construídos a expensas da autarquia e as datas de entrega são definidas pelo acordo em 2017 e 2018. A autarquia espera encontrar entidade parceira para financiar um dos campos (estimativa de 250 mil euros) e lembra que fica como proprietária com cedência ao clube.

Há protocolos desde 2003 e incumprimentos mútuos num historial que termina ao fim de 13 anos.

Ribau Esteves esclareceu na reunião desta quarta que o protocolo deixa reservado um espaço para o “histórico de incumprimento mútuo”. “Vamos construir um futuro novo partindo da realidade”, esclarece o autarca que vê nas duas instituições algumas semelhanças pela existência de “planos de recuperação” partindo ambas de “situações difíceis”

A autarquia deixou claro que o acordo é também importante para a decisão do Juiz sobre o Plano de Recuperação do Beira-Mar. Com o credor Câmara passam a existir garantias de aprovação do plano.

Com esta operação de acerto que deixa o Beira-Mar como credor ainda com cerca de 18 mil euros a haver, a autarquia acredita que no final de 2018 será possível arrancar a construção da unidade de expansão do hospital na área do velho estádio e dos antigos armazéns gerais da autarquia. Os dois anos de transição de vida do clube servem para agilizar esse processo com o Ministério da Saúde.

Rita Encarnação, do Movimento Independente Juntos por Aveiro, pediu esclarecimentos sobre os valores em dívida por parte da autarquia uma vez que em muitos casos não existirá faturação. “Da parte da Câmara sabemos a que se referem os valores mas do clube não”.

A vereadora diz que faltam esclarecimentos sobre os prazos para o direito de superfície do Beira-Mar nos terrenos do novo estádio e sobre os custos da operação de construção dos campos que a autarquia vai ceder ao clube.

João Sousa (PS) quis recordar a história do processo e apesar de reconhecer a importância do clube e incumprimentos da autarquia diz que o Beira-Mar ficou fragilizado na sua posição negocial.

“O Município de Aveiro foi vigarizado pelo Sport Clube Beira-Mar. Isso distorce as relações do clube com a autarquia. Há incumprimentos de parte a parte mas provavelmente os incumprimentos do clube são mais graves”, disse numa alusão à venda dos terrenos das piscinas e ao não pagamento de 1 milhão de euros.

“Como é que a dívida foi validada? Pergunto-me como é possível que o clube receba mais do que estava previsto nos outros protocolos? Os direitos adquiridos foram passados para este papel mas o Beira-Mar está como está por incompetência da gestão dos seus dirigentes”

“De que forma foi validada a dívida de 1 milhão e 280 mil euros?”, questionou João Sousa, antigo dirigente do clube, que avisa Ribau Esteves para os impactos da decisão junto do eleitorado "castigado" pelo IMI.

Ribau Esteves diz que chegou a hora de acabar com o arrastamento de um processo que já soma 7 protocolos incumpridos. "Lá terá os seus azedumes com o Beira-Mar mas na Câmara não temos azedumes com ninguém".

“Ou queremos resolver ou queremos continuar a empurrar para a frente. Nunca usarei a palavra vigarista. Se deixar o carro aberto e computador lá dentro vou dizer mal do ladrão que me roubou e mal de mim que fui negligente”.

O autarca disse ainda que as duas instituições acabam por estar ligadas pelo novo Municipal construído para o futebol profissional.

“Propostas alternativas: o que fazer ao estádio? Podemos continuar a ter dois estádios? Podemos continuar a ver o hospital a degradar-se? Não é isso que queremos. Esta solução é boa para o Beira-Mar e boa para a Câmara. E é realista”.

Manuel Sousa (PS) sugeriu a divisão por áreas de intervenção mas a autarquia diz que a relação é integral e indivisível. “A área financeira, de equipamentos e desportiva é uma relação”.

 

foto: FL


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