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26-05-2004

Ministro recusa comentar caso de alegadas verbas


Águeda - Peculato

O primeiro-ministro, Durão Barroso, recusou-se hoje a comentar o caso de verbas alegadamente desviadas da Câmara de Águeda terem sido depositadas numa conta do PSD, alegando tratar-se de um assunto "do âmbito partidário". Durão Barroso foi confrontado pelos jornalistas sobre este caso no final do debate mensal na Assembleia da República, onde escolheu como tema a política de ciência e de inovação. Segundo a edição de hoje do jornal Público, as investigações do caso "Saco Azul" da Câmara de Águeda indicam que parte das verbas alegadamente desviadas daquela autarquia podem ter sido depositadas, através de "pelo menos um cheque" do deputado social-democrata Cruz Silva, numa conta do PSD que tem como primeiro titular o ex-secretário- geral do PSD, José Luís Arnaut. "Isso é um assunto do âmbito partidário", reagiu o chefe do Governo, que ao início da tarde parte para a Alemanha, onde assistirá à final da Liga dos Campeões entre o Futebol Clube do Porto e o Mónaco. Após deixar uma mensagem de felicidades ao Futebol Clube do Porto, Durão Barroso procurou explicar os motivos das suas azedas polémicas com o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, e com o dirigente do Bloco de Esquerda Francisco Louçã. Referindo-se ao facto de ter sido acusado de "covardia" por Carlos Carvalhas, Durão Barroso classificou como "inaceitável" a intervenção do líder comunista. "O nível político está a baixar muito e depois alguns ainda se interrogam com o aumento da abstenção", observou Durão Barroso, considerando que o secretário-geral do PCP fez afirmações "mal educadas que revelaram falta de respeito pelas instituições democráticas, em particular pelo Governo e pelo primeiro-ministro, que foi eleito pelos portugueses". Durão Barroso justificou também os motivos que o levaram hoje a acusar o dirigente do Bloco de Esquerda Francisco Louçã de ser "desonesto do ponto de vista intelectual e arrogante". "Não retiro essas acusações, porque esse deputado (Francisco Louçã) difamou no último debate mensal e não pediu desculpa", observou o primeiro-ministro, para quem os comportamentos de Louçã e de Carvalhas "revelam o desnorte da oposição". Sobre a possibilidade de ocorrerem greves de forças de segurança no período do Euro'2004, Durão Barroso disse ter "confiança" nos agentes, mas reiterou a ideia de que não cederá a pressões.

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