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04-09-2015

Obra sobre demografia desenvolvida por investigadores da UA confirma tendência de perda no interior do país.



Investigadores da Universidade de Aveiro apresentam obra sobre previsões para a evolução da demografia do país. De acordo com o livro “A Demografia e o País: Previsões Cristalinas sem Bola de Cristal”, da autoria de três investigadores da Universidade de Aveiro (UA), no litoral português, apenas as regiões do Cávado, Lisboa, Setúbal e Algarve podem não perder população até 2040. No interior do país, a situação é mais grave. 

O livro, editado pela Gradiva, propõe uma nova abordagem para as previsões demográficas, relacionando os indicadores da população com a evolução da economia. Os autores realizam um périplo para apresentação do trabalho. Dia 8 de setembro a apresentação decorre no Porto e, no dia 9, é a vez da UA.

A sinopse coloca três questões às quais o livro “A Demografia e o País: Previsões Cristalinas sem Bola de Cristal” procura dar resposta: “A Segurança Social vai colapsar? Quantos seremos daqui a 30 anos? O aumento da fecundidade resolve os nossos problemas?”. A sinopse garante ainda que “o futuro que aqui se aborda baseia-se numa análise séria" e que esta demografia "não é ficção.”

“Os estudos de prospetiva são escassos em Portugal, navega-se demasiado à vista”, comenta Eduardo Anselmo Castro, um dos três autores do trabalho, com José Manuel Martins e Carlos Silva, respetivamente professores e investigador do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT).

Eduardo Castro refere os setores da Educação e da Saúde como dois exemplos em que é notória essa escassez. Se um médico demora dez anos a formar, como é possível conceber uma estratégia para o setor sem previsões rigorosas sobre a sua evolução?”, pergunta. “Realizam-se estudos demográficos sem olhar para a economia; não há estudos demográficos sérios sem ter em conta a evolução da economia e vice-versa”, critica o professor e investigador.

Eduardo Castro coordenou o projeto DEMOSPIN que, entre as suas conclusões, prevê a perda de aproximadamente um terço da população atual, em 2040, na faixa do interior do país que vai desde Trás-os-Montes ao Alentejo, mantendo-se a atual tendência da evolução do índice de fecundidade em Portugal e não havendo migrações. No entanto, o livro agora publicado vai além do projeto DEMOSPIN e faz previsões para todo o país com base em três cenários.

De acordo com a metodologia seguida no livro e ainda que considerando o mais favorável dos três cenários que nele constam, apenas as regiões do Cávado, Lisboa, Setúbal e Algarve podem não perder população.

A apresentação em Aveiro acontece a 9 de setembro, a partir das 18h00, na Livraria da UA, com a presença do Reitor, Manuel António Assunção, do antigo Reitor, Júlio Pedrosa, e do eurodeputado e professor do Departamento de Economia e Gestão e Engenharia Industrial da UA, Miguel Viegas.

 


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