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23-04-2015

Ministro da Educação e Ciência admite vir a introduzir o mandarim na lista de línguas opcionais no ensino em Portugal.



O Ministro da Educação e Ciência admite vir a introduzir o mandarim na lista de línguas opcionais no ensino em Portugal. Nuno Crato falava, esta tarde, na inauguração de mais um espaço do Instituto Confúcio no mundo, desta vez na Universidade de Aveiro. O alargamento dessa presença é uma aposta da China mas também de quem assume o acolhimento e Portugal assume claro interesse na relação. “Vamos estudar e não teremos qualquer problema em analisar a questão. O inglês faz parte dos currículos por ser a língua internacional por excelência mas o Mandarim está a ganhar cada vez mais importância”.

Nuno Crato elogiou a aposta e confirmou interesse na difusão do ensino. “Em breve vamos assinar um protocolo para o ensino de Mandarim no Secundário. Esta é a língua mais falada no mundo. O Português é a 5 º mais falada no mundo. Há um interesse justificado em conhecermos melhor as línguas. O ensino do Mandarim em Portugal está a ser desenvolvido com elevada qualidade. Temos ensino de mandarim no básico (700 alunos), temos três institutos Confúcio e em breve teremos mais. Estamos a ultimar o ensino do mandarim no secundário. Permitirá que o mandarim seja dominado por alunos na Universidade e que os programas doutorais na cultura chinesa na UA venham a ser realidade”. 

Momentos antes desta declaração, o Ministro Miguel Poiares Maduro assumia a língua como ferramenta crucial no domínio da internacionalização de empresas e universidades. “Temos feito esse investimento. Queremos as Universidades cada vez com mais presença no mercado internacional e estudantes preparados para o mercado global”.

O embaixador da China em Portugal fala no aumento do investimento chinês em Portugal e no aprofundamento de uma "parceria estratégica" relançando a "rota da seda" por via de uma "rota cultural". "O fado já não é novidade na China e os portugueses gostam da acrobacia chinesa. A UA é uma das primeiras instituições com estudos culturais sobre a China. É uma das instituições que mais contribuem para a formação de alunos chineses na língua portuguesa".

“Transportai um punhado de terra todos os dias e tereis uma montanha”. Manuel Assunção começou o seu discurso com uma citação de Confúcio para relevar a instalação do Instituto Confúcio na Universidade de Aveiro. O Reitor da Universidade de Aveiro assume que o apoio dado ao ensino do mandarim em São João da Madeira como “pontapé de saída” útil para alargar a influência ao ensino ao secundário.

“A experiência pioneira em São da João da Madeira abriu caminho à formação no ensino secundário. Esperamos viabilizar a ideia. Queremos apostar também no ensino de português para chineses. Seremos fiéis aos desígnios da UA”. “O Instituto será precioso para multiplicar aquilo que podemos fazer. A atribuição do Instituto honra-nos no aprofundamento da cooperação com a China”.

Manuel Assunção passou em revista diferentes momentos da ligação entre a UA e o ensino de Mandarim ou estudos chineses. “A criação em 1988 do mestrado em estudos chineses foi dos momentos marcantes. Um ano antes foi lançado o espaço de cursos asiáticos. Em 1985 começou a colaboração entre Aveiro e a China. A partir de 1992 foi assinado um protocolo com uma universidade local. Daí vieram professores chineses em pós-doutoramento e daqui foram professores nossos para a China. Há mais de 400 artigos publicados em conjunto por investigadores portugueses e chineses”.

O recente falecimento de Mariano Gago mereceu um memorial de Manuel Assunção que lembrou o papel do antigo Ministro da Ciência. “Agradecemos o contributo dado para a qualidade do ensino produzido. Esse reconhecimento surgiu em 1998 pelo Ministro da Ciência, Mariano Gago, a quem presto homenagem, que dizia que os professores eram os primeiros embaixadores na China. Essa realidade foi-se aprofundando para as áreas do turismo e da música. Depois de Brasil e Cabo Verde é da China que chegam mais alunos”

A parceria com São João da Madeira não foi esquecida pela visibilidade que deu à UA e pelo alargamento de horizontes para as crianças no Norte do Distrito. “Outro momento marcante é um telefonema num domingo de manhã do então presidente da Câmara de São João da Madeira. Castro Almeida perguntava se a UA o ajudava a ensinar mandarim às crianças de São João da Madeira. Ricardo Figueiredo assumiu também o mesmo desafio. Carlos Morais (DLC) assumiu o desafio. Este esforço veio somar-se ao que já realizávamos. Já formámos mais de 700 estudantes na UA em cursos. No jardim-de-infância também já ministramos esses cursos. Da próxima vez teremos alunos do pré-escolar a falar”, explicava o Reitor minutos depois da presença de alunos de 1º ciclo de São João da Madeira a falar mandarim no palco da Reitoria.

O organismo lançado e patrocinado pelo Governo chinês em 2004 já está implantado em mais de 30 países. Sun Yuhua (Reitora da ULED) que trabalha na parceria agradeceu a colaboração aveirense na instalação do Instituto. “Desejo ao Instituto um rápido e saudável desenvolvimento”.

Assegurar o ensino de chinês a todos os níveis e particularmente em Escolas de ensino secundário, em colaboração com o Ministério da Educação e Ciência", é um dos principais objetivos do IC da Academia de Aveiro que, para isso, se assume como um centro de formação contínua de docentes portugueses de língua chinesa.

 


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