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01-04-2003

24 horas cor-de-rosa


Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher 24 horas cor-de-rosa para abordar temas (também) menos coloridos No dia em que as mulheres são, pela primeira vez, o (único) tema de um canal televisivo, a violência doméstica vai ser o principal assunto debatido nesta efeméride que conta igualmente com as tradicionais condecorações presidenciais. O Dia da Mulher, que hoje se assinala, foi a data escolhida para o lançamento do quarto canal temático do universo SIC - o «SIC Mulher«. Longe da ficção está a violência doméstica que se continua a escrever com números preocupantes. De facto, seis mulheres sofrem semanalmente atentados à vida perpetrados pelos maridos ou companheiros. Esta é razão suficiente para «fazer chegar o 25 de Abril a muitos lares portugueses«, segundo uma das subscritoras do apelo «Não à Violência Doméstica«. O apelo, que serve de convite a uma concentração, hoje, no Largo de Camões, em Lisboa, é subscrito por mais de uma centena de cidadãos de todos os quadrantes da sociedade, entre políticos, jornalistas e membros de Organizações Não Governamentais (ONG). Um encontro de gente indignada com os números da violência doméstica. De acordo com os últimos dados disponíveis e que constam de um relatório do Ministério da Administração Interna, em 2000 foram registadas na PSP e GNR 11.765 queixas de maus tratos a mulheres, sendo este um número maior do que o ocorrido no ano anterior. O Primeiro-Ministro aproveita a efeméride para apresentar o segundo Plano Contra a Violência Doméstica e assinala este dia com um almoço em que participam 54 mulheres representantes de várias áreas, nomeadamente das forças militares e de segurança, sector em que a presença feminina é cada vez maior. A violência doméstica é, aliás, um assunto cada vez mais discutido em Portugal. Mas a população portuguesa reconhece igualmente a importância das consultas regulares de ginecologia, sabe que a pílula é um método contraceptivo seguro e que há técnicas modernas para o tratamento da infertilidade. De acordo com uma sondagem encomendada à Marktest pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) - que optou por abordar algumas das «questões essenciais« femininas neste Dia da Mulher - 91,1 por cento dos inquiridos (250 pessoas, a maioria mulheres, com idades a partir dos 18 anos e residentes em Lisboa e no Porto) reconhecem a importância das consultas regulares de prevenção em ginecologia, ao contrário de seis por cento, que não as valorizam, e de 2,8 por cento que não respondem. Por seu lado, 68,8 por cento dos inquiridos acreditam que a pílula é um método anticoncepcional seguro, contra 20 por cento que desconfia e de 11,2 por cento que não sabe. A maioria das pessoas inquiridas, 73,6 por cento, acha que a menopausa afecta significativamente a vida da mulher, enquanto 18,8 por cento têm opinião contrária e 7,6 por cento não sabe responder. Também 83,6 por cento dos inquiridos garantem que já ouviram falar de técnicas modernas para o tratamento de infertilidade conjugal, em oposição a 15,2 por cento que as desconhece. A pretexto do Dia da Mulher - que hoje se assinala - foram ainda revelados outros dados curiosos: 78 por cento das mulheres portugueses estudaram apenas até ao ensino secundário (ou menos), e somente 11 por cento possuem habilitações académicas de nível superior. Segundo um estudo do Eurostat, as mulheres portuguesas e italianas são, no contexto europeu, as que menos acedem a um grau no ensino de nível superior, segundo uma estatística realizada no quadro da Comissão Europeia. De acordo com o mesmo levantamento, em Portugal, no ano de 2002, apenas 11 por cento da população feminina (entre os 25 e os 64 anos) apresentava habilitações académicas superiores. O estudo revelou ainda que, nos países europeus, as mulheres consomem significativamente menos cigarros, álcool e drogas do que os seus companheiros. Entre a população portuguesa fumadora com mais de 15 anos, 43,7 por cento eram, em 1999, homens e somente 13,9 por cento são mulheres. Em média, na União Europeia (UE), o universo dos fumadores integra 40,2 por cento de homens e 28 por cento de mulheres. As mulheres estão hoje em maioria na lista de condecorações do Presidente da República. São 15 as personalidades que Jorge Sampaio vai condecorar, em áreas que vão da Saúde à Cultura. Além das condecorações e de um debate no Palácio de Belém com o tema «Outras Vidas, Outras Vozes«, Sampaio dedica o Dia Internacional da Mulher a visitas à comunidade cabo-verdiana em Sines e à comunidade brasileira em Lisboa, no âmbito de uma Presidência Aberta sobre as questões da imigração, que começa hoje com uma visita a aulas de português para estrangeiros. Sampaio quer chamar a atenção para a necessidade de participação das mulheres imigrantes na vida económica e política portuguesa, bem como promover a sua igualdade e a solidariedade com as mulheres portuguesas. Também o secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, vai passar este dia com as mulheres socialistas, às quais apresentará iniciativas para a renovação estatutária da participação feminina na actividade do partido. (8 Mar 03 / 9:40)

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