Comerciantes do mercado da Praia da Barra pedem à Câmara de Ílhavo a criação de alternativas para os três meses da obra de remodelação do mercado. Querem uma área coberta para poder manter as condições de venda e justificam o apelo com os prejuízos que a eventual paragem pode causar.
“Não é protesto nem exigência. É diálogo. Rumores não enchem barriga e cada cabeça sua sentença. Não achamos correto que deixem de receber a taxa de utilização. Na Costa Nova interromperam a marginal com uma tenda para a venda e na Barra, onde passo frio e pago taxas, não posso estar três meses sem condições de venda. Ainda bem que a Câmara tomou a decisão de fazer a obra mas não diga que vamos para melhor e que temos de parar três meses. Tenho clientes de todo o lado do país”.
As vozes ouvidas quiseram demonstrar que a presença em reunião de Câmara de cerca de 15 comerciantes procurava encontrar alternativas. “O meu voto até foi para si. Isto não é um protesto”, dizia um dos vendedores de peixe da Costa Nova admitindo mesmo suportar um aumento de taxas ou repartir os custos de uma solução provisória. “Estamos disponíveis para aumento de taxa desde que nos coloquem uma tenda ou outra coisa. Só não queremos é estar parados três meses. Perdemos os clientes”.
Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, apelou à compreensão, ao sacrifício e à solidariedade dos vendedores para que suportem um período transitório de pouco mais de três meses. “É um período de três meses. Tempos consciência do prejuízo mas o ganho da obra compensa essa situação. Não é fácil arranjar agora uma solução com condições mínimas, ainda mais com venda de peixe. Estamos a falar de dois peixeiros. Não é um caso comparável ao da Costa Nova onde a obra demorou mais de ano e meio”.
“Os nossos lugares vão a hasta pública?” questionava um vendedor preocupado com o futuro no mercado na Barra depois da obra de remodelação. Fernando Caçoilo diz que ainda não tem resposta fechada mas admitiu cuidados com a antiguidade dos comerciantes. “Os nossos juristas estão a analisar mas somos humanos. Não vamos meter ninguém de lá para fora”.
Os vereadores do PS consideram a situação insólita e defendem que a Câmara deve encontrar solução alternativa para não penalizar os comerciantes e os consumidores ao longo de mais de 3 meses.
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